quarta-feira, 25 de julho de 2018

Eleições - Aprenda a escolher seu candidato para vereador

Há quem odeie horário político. E é por atitudes como essa que estamos como estamos, cheios de políticos medíocres representando-nos nas cadeiras legislativas e executivas.

Eu assisto horário político. Prefiro mil vezes assistir a propaganda eleitoral gratuita que uma novela, por exemplo. E esta semana, principalmente, quando as eleições começam a esquentar com o último mês de campanha fazendo a última curva apontando na reta de chegada para as eleições, fiz uma compilação do que EU ACHO relevante para escolhermos um candidato se levarmos em consideração apenas as propagandas na TV.



PS: É CLARO que é FUNDAMENTAL conhecermos um pouco mais do histórico do candidato antes de depositar nele o nosso voto. O Blog do Cejunior nos mostra que existe uma ferramenta importante pra isso, o site Transparência Brasil, com uma listagem de todos os candidatos com a ficha suja de todo o país, que vai servir para as próximas eleições também, pois abrange Câmaras Municipais, Assembléias Legislativas, Câmara de Deputados e Senado Federal.

NUNCA vote em sujeitos que se encaixam nos perfis abaixo:

Falatório, frases de efeito e gestual



Sujeitos que dizem “Eu serei sua mão amiga na câmara de vereadores” ou o típico fazer e acontecer “eu farei isso, aquilo e aquilo outro”. Isso é puro comercial. Vai procurar o vereador depois de quatro meses empossado pra ver se ele atende assim tão facilmente quanto dá a entender na propaganda. Quanto a fazer eu explico com um simples “cão que ladra não morde”. Mais das vezes, tudo aquilo que o político faria eleito, poderia, também, fazer como um simples cidadão. Puro pretexto.



Frases prontas como “Vote certinho, vote no Chiquinho” , “João da Bega, essa moda pega” ou então “Não fique desanimado, vote no delegado” servem muito bem pra uma campanha de uma marca de refrigerante sabor “laranjinha” custando R$1,99. Eu espero que o meu representante tenha uma criatividade mais aguçada lá dentro.



Risque sumariamente da sua lista de possíveis candidatos o cidadão que começa os seus parcos segundos na TV com “Você me conhece” ou que usa gírias em demasia. É tão frustrante você nunca ter ouvido falar no “Zé da Padaria” como reencontrar um velho amigo e esquecer o nome dele e ele fazer caras de melhores-amigos. Um cara que te frustra antes de ser eleito, imagine depois… Tá ligado, manow?



Avisar na propaganda que é competente, honesto e ético não é nenhum “plus”; ou pelo menos não deveria ser. Pra mim, é condição sine qua non o cara não ser um filho de uma puta. Não voto em filhos da puta, logo quero que ele seja competente, honesto e ético.



Nunca confie num cara que fica fazendo gestos. Eu sei que essa regra não deve funcionar na Itália, mas foda-se: o cara que faz gestos além do necessário quer compensar com a mão o que não tem na cabeça.



Eu preciso dizer que você NÃO DEVE votar num cidadão LÊ 20 segundos de comercial? Ou que lê igual a um piá de terceira série do ensino fundamental? Se o cara não sabe o que vai falar ou não lembra o que escreveu, como é que vai ser vereador tendo, como principal ferramenta, a voz e a escrita?



AVISO



Talvez essa seja a mais importante de todas: CUIDADO, repito, MUITO CUIDADO! Tem candidato dizendo que vai melhorar a previdência social (isso é trabalho pro Presidente, não pra um zé ruela que adora mudar nome de rua), dizendo que vai melhorar a segurança pública (recolha-se a sua insignificância e deixe isso pro governador do estado), avisando que vai acabar com a corrupção (ah, vai se foder!), dizendo que vai agir na área da saúde — ou qualquer área específica (por que não se formou médico, porra?) e etc. Esses sujeitos você deve mandar tomar no cu se vir fazendo propaganda na rua. Pronto, desabafei.
Incoerentes, insensatos e “geografismos” inoportunos



Não há necessidade de saber a origem do caboclo. Não precisamos saber se ele veio de família rica ou pobre (aliás, oposto de rico é POBRE e não humilde), se é neto da Dona Cacilda ou sobrinho do Seo Tataca. Ser “Neto de Passarinheiro”, por mais que esta seja uma atividade da cultura de Florianópolis, não habilita ninguém a ser um bom vereador. No máximo, um excelente CHATO. Mas poderia ser pior, ele poderia ser o “filho do Mazinho do Trombone”.



Dizer que é de um bairro ou de uma localidade específica também é irrelevante. Colocar no seu nome a sua atribuição geográfica é pior ainda. Ser o “Ivan da Barra” ou a “Bete da Vila Aparecida” te dá, no máximo, uma elegibilidade para síndico. E só.



Aparência fíisca



Se o cara é desleixado, não vote nele. Se ele usa um paletó brega pra cacete, esqueça-o. Eu já fui demitido por ser gordo e já me vetaram em uma empresa pelo mesmo motivo. É assim que funciona. Se o cidadão tem uma idade avançada e seu fôlego pra falar na TV não é bom, esqueça também. Ele não vai ter fôlego nem pra posse, quem dirá pra 4 anos de trabalho que, em teoria, deveria ser duro.



Ter todos os dentes na boca é, SIM, pré-requisito pra ganhar oito mil reais que não serão gastos, em hipótese alguma, pra colocar uma prótese dentária.



Se o candidato não faz a barba, não vai recolher o lixo da frente da tua casa. Pode acreditar!



Ser deficiente não é um crime. Mas deveria ser um cara se candidatar por não ter as duas pernas e achar que sendo vereador vai conseguir com que todo mundo adapte suas calçadas para cadeirantes. Se for assim, eu quero alguém que brigue com os cinemas por cadeiras pra gordos! Candidatos devem ter algo mais a oferecer do que legislar em causa própria, mesmo sendo por um motivo nobre.



Religião



Nunca misture religião com política. Não vote em padres, bispos, pastores, ministros de eucaristia, diáconos, pais-(mães, tios, primos, tias)-de-santo, macumbeiros, videntes, astrólogas etc. Se eles forem envolvidos o suficiente com a igreja ou qualquer instituição religiosa, não terão tempo de se envolver com a câmara. Se for o contrário, não servem pra dizer que são ícones da religião porque serão desleixados com ela. Não tem chance.
“Ser católico praticante” ou “Eu sou o Bispo Tal” não habilita o sujeito a porcaria nenhuma. Creiam: se o inferno existir, nos mesmos moldes cristãos de hoje, ele estará cheio de padres e pastores. Sério.



Outras dicas



Se você tá vendo a cara do sujeito pela terceira vez em eleições, descarte-o. Se ele não conseguiu se elegar duas vezes, não vai ser agora que vai conseguir alguma coisa. Se conseguir, ele não vai responder a contento, vide as duas últimas eleições.



Não vote no PT.



Não venda seu voto.



Não vote em ninguém porque torce pelo seu time, porque trabalha na sua área, porque você simpatiza com o seu discurso e etc.



E obrigado por não jogar seu voto na privada fazendo-me pagar por isso durante 4 anos.

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Fonte: http://danielbecher.com/eleicoes-2009-aprenda-a-escolher-seu-candidato-para-vereador/.

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