quinta-feira, 22 de agosto de 2019

Liberdade: A Verdadeira Igualdade

Por Guilherme Roesler

We speak of Liberty as one thing, and of virtue, wealth, knowledge, invention, national strength and national independence as other things. But of all these, Liberty is the source, the mother, the necessary condition. She is to virtue what light is to color; to wealth what sunshine is to grain; to knowledge what eyes are to sight. She is the genius of invention, the brawn of national strength, the spirit of national independence. Progress and Poverty, Henry George.


O liberalismo, desde suas origens, foi um movimento radicalmente igualitário. Certamente que igualitarianismo liberal em muito se diferencia do mesmo senso de igualdade que buscam os pensadores marxistas; acredito que, em primeiro lugar, os marxistas buscam uma igualdade tuteladora (que se resume no Estado se prontificar a estabelecer certos parâmetro equânimes para a busca de certos objetivos comuns de diversos indivíduos “diferentes”) – deve-se notar que esse sendo de igualdade é reconhecido de forma positiva, ou seja, a igualdade é imposta coativamente, de modo que os juízos éticos nessa imposição não levem em conta a negação da liberdade de outra pessoa pelo fato da mesma ser prontamente compensada pela desigualdade de outra.

O igualitarismo liberal, por sua vez, possui um caráter de igualdade tomado por outra perspectiva, qual seja, dos indivíduos em relação a eles mesmos; a igualdade liberal não toma por pressuposto um indivíduo comparado a outro indivíduo diferente, mas uma igualdade que pode ser buscada apenas dentro de cada pessoa. Essa igualdade abstrata demonstra que cada indivíduo é igualmente soberano sobre sua própria razão, vontade e ação. No texto Liberty: The Other Equality, Roderick T. Long expressa o porque dessa afirmação e a demonstra historicamente:

In short, by the equality of men Locke and Jefferson meant not that all men are or ought to be equal in material advantages, but that all men (today it would be all persons, regardless of gender) are equal in authority. To subject an unconsenting person to one’s own will is to treat that person as one’s subordinate—illegitimately so, if we are all naturally equal. Hence any interference with another person’s liberty violates the Lockean conception of equality: “[B]eing all equal and independent, no one ought to harm another in his life, health, liberty or possessions. (...) And, being furnished with like faculties, sharing all in one community of nature, there cannot be supposed any such subordination among us that may authorise us to destroy one another, as if we were made for one another’s uses, as the inferior ranks of creatures are for ours".

Assim, o igualitarismo liberal busca não a tutela da liberdade individual (seja pelo Estado ou qualquer outra forma de coação, mesmo as não institucionalizadas, como o sexismo, racismo ou patriarcalismo); ao contrário, ele busca o exercício igual de liberdade soberana de cada indivíduo (aqui). Em resumo, o igualitarismo liberal não quer outra coisa senão contradizer tudo aquilo que negue o exercício concreto da expressão mais natural da individualidade de cada sujeito. Dessa forma, o igualitarismo liberal deve rejeitar toda espécie de coerção e mandamentos que neguem a igual autoridade que cada pessoa possui no exercício livre de sua consciência. Não existe, nessa forma de igualdade, qualquer outra espécie de tutela senão aquela que cada um determina para si próprio. Como disse Roderick T. Long, a liberdade é a única e verdadeira forma de expressão da igualdade.

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Fonte: http://acao-humana.blogspot.com/2008/06/liberdade-verdadeira-igualdade.html.

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