[Antigamente] A pobreza nunca serviu de justificativa para a maledicência. Entre eles, sempre existiu a idéia clara, cristalina, do que era certo e errado. Não comungavam com bandidagem, criminalidade, nada. Isso era totalmente desconhecido, senão alheio. Na pior das hipóteses, ter um filho bandido ou criminoso, era motivo de deserdar da família. (...).
Minha avó passava fome e nunca se prostituiu; mal tinha família e, no entanto, tinha uma conduta moral exemplar. E a pobreza nunca foi justificativa para chorar seu destino; lutou e conseguiu ter uma velhice digna, como muitos de seus contemporâneos. Na verdade, toda uma classe média é vinda precisamente dessas pessoas pobres e perseverantes, que lutaram para ter melhoras de vida, justamente com essa formação moral. (...).
[Hoje] Os pobres são induzidos a invejar os ricos e se tornam desonestos, ladrões, gatunos e rancorosos daquilo que não possuem. Muitos não alimentam uma ética de trabalho, pelo contrário, querem saquear os mais prósperos. A desunião se dissemina entre eles e o vizinho é capaz de agredir e matar o outro por migalhas. Os filhos odeiam os pais e os pais rejeitam os filhos; e a liberdade sexual levou uma boa parte dos jovens à promiscuidade pura e simples. Os jovens, que eram protegidos de muitas temeridades, estão expostos a toda sorte de abusos e doenças. O caos das mães solteiras e dos filhos indesejados é o preço da exaltação da liberdade sexual irrestrita, sem as responsabilidades e limites morais inerentes ao sexo. Isto porque a delinqüência brutal e a violência assombrosa nas cidades se devem, justamente, à quebra total da moralidade familiar. Pais irresponsáveis e levianos, filhos desamparados, indivíduos sem consciência moral.
Os jovens de épocas passadas eram disciplinados pela autoridade dos mais velhos. E a velhice e madureza eram sinônimas de autoridade e sapiência. O que se vê hoje é o culto do jovem irresponsável, mimado, que elevado nas alturas da bajulação indevida e isento de responsabilidades, descamba para a perversão moral, para a criminalidade e para o banditismo. Com tantas regalias, tantos mimos, eles se tornam assassinos, violentos, cruéis, desumanos, estupradores, salteadores e canalhas! Daí as causas da violência, que estão mais no espírito de dissenso ético e moral da população do que necessariamente em seus bolsos. Até porque a relação entre pobreza e criminalidade não somente é falsa, como preconceituosa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário