sábado, 6 de novembro de 2021

Passeata de inauguração do Fórum Social em Belém tem até lanche do McDonald's

Passeata de inauguração do Fórum Social em Belém tem até lanche do McDonald's

As 50 mil pessoas que participaram da passeata que inaugurou ontem a nona edição do Fórum Social Mundial, em Belém (PA), trocaram as críticas contundentes de outros anos por uma manifestação com jeito carnavalesco, em que houve até tempo de comer no McDonald's --alvo costumeiro de críticos ao capitalismo.

Em outras edições brasileiras do fórum, em Porto Alegre (RS), lojas da cadeia norte-americana de lanchonetes foram objeto de hostilidades verbais. Dessa vez, a loja se manteve aberta e lucrou com a entrada dos manifestantes.

As principais reivindicações da "marcha", como os organizadores chamaram o evento inaugural, foi puxado por carros de som ligados a partidos, como o PSOL e o PSTU, e a entidades sindicais, como a CUT. Como é comum no encontro, eles entoaram o tema da Internacional Socialista e lembravam o bordão do fórum: "Um outro mundo é possível".

Mas boa parte das pessoas preferiu seguir a passeata em um ritmo mais festivo. Havia desde um grupo fantasiado como palhaços até baterias tocando samba. Mesmo quando uma forte chuva começou a cair e encharcou a multidão, às 16h40 (horário de Brasília), elas continuavam a pular.

Outras, mais prevenidas, já levaram guarda-chuvas --nesta época do ano, chove quase todos os dias na capital paraense. Do alto, os moradores dos prédios tiravam fotos com máquinas digitais. A estimativa de 50 mil participantes era da PM.

Além do McDonald's, a sede de outras duas empresas tipicamente criticadas por movimentos sociais também estavam no trajeto da caminhada: a da mineradora Vale e da Rede Globo --que em Belém é representada pela TV Liberal, uma de suas afiliadas.

A Folha não viu qualquer tipo de ato na frente do prédio da televisão. Mas, no da Vale, um grupo com cerca de dez pessoas ligadas ao movimento estudantil gritou palavras de ordem.

"A Vale é de quem? É do povo", diziam. Eles também lembraram o privatização da mineradora, durante o governo FHC: "Assim não vale, não vale não, esse leilão foi corrupção".

Preparativos

Antes mesmo da passeata começar, os cerca de 100 mil participantes do fórum, que chegaram em peso durante o final de semana, já podiam ser vistos pela cidade.

No mercado Ver-o-Peso,o mais tradicional da cidade, adolescentes loiras compravam frutas típicas da Amazônia. Segundo um dos vendedores, o preço médio para os "gringos" podia ser até o dobro do valor cobrado normalmente.

Para o sul-africano Ryan Sessel, que estava próximo ao mercado, a cidade é "muito bonita". "Mas é que eu já estou acostumado com a pobreza do meu país", afirmou. Era a primeira vez que ele saía da UFRA (Universidade Federal Rural da Amazônia), onde a segurança "é ótima, lá está cheio de policiais", segundo disse.

A poucos metros de onde Sessel estava, a reportagem presenciou uma visitante ter sua carteira furtada.

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Fonte: <
http://noticias.bol.uol.com.br/brasil/2009/01/28/ult4728u22956.jhtm>.

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