"Digamos que vc poderia dizer, ao invés de "paz de Cristo", "uma boa morte". Este é (ou deveria ser...) um dos momentos mais solenes da Santa Missa, em que, diante do Santíssimo Sacramento, os inimigos garantem um para o outro que ainda que a inimizade os divida na terra, eles desejam que o outro alcance a santidade e não morra em pecado. É o momento em que se deixa de lado as preferências da ami...zade natural para desejar ao próximo - amigo ou inimigo - a salvação eterna. É por isso que ele vem imediatamente antes do Cordeiro de Deus, em que pedimos que Deus tenha piedade de nós, por nossos muitos pecados, e concluímos pedindo que ele nos dê a Paz (que é a morte santa, a companhia eterna dos Anjos e Santos). Este desejo vem do altar, e idealmente ocorreria uma onda, do sacerdote até a última pessoa. Não é, nem poderia jamais ser, a hora de dar tchauzinho para os conhecidos ou de expressar amizade; é, aliás, o contrário. É uma afirmação de que ***não*** há união verdadeira na terra, que é no Céu, e só no Céu, que ela pode se realizar. Trata-se, assim, de um "memento mori", de um momento em que contemplamos sem temor a morte que se aproxima. Como dizia o Apóstolo, "a morte para o cristão é lucro". "É lucro" porque enquanto estamos aqui temos sempre a chance de pecar, de sair da graça de Deus. Morrendo na Graça, este risco não existe mais" (Prof. Carlos Ramalhete).
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