quinta-feira, 19 de março de 2020

Moralidade: Gilbert Keith Chesterton responde seu correio

Prezado Sr. Chesterton,

Eu afirmaria que nossas noções de certo ou errado evoluíram desde os tempos ignorantes da Idade Média, quando os homens eram mais brutais, e não tão bem financeiramente com o homem de hoje. Eu diria que é uma melhoria.

Assinado,

Um Progressista


Caro Progressita,

Não é verdade que a idéia de certo e errado muda. Uma concentração especial em um certo tipo de verdade muda; a tolerância relativa de um certo tipo de erro muda. Homens nos tempos medievais eram mais tolerantes às punições cruéis; homens nos tempos modernos toleram mais o controle e a especulação imprudente e irresponsável. Mas um homem medieval não achava a misericórdia algo ruim. E o homem moderno não pensa a desonestidade como algo bom. As proporções diferem na prática; a expressão ética difere na ênfase; mas a virtude é a virtude e o vício é vício, em todas as épocas e para todas as pessoas, exceto para uns poucos lunáticos.

Seu amigo,

G.K. Chesterton



In: "Gilbert Magazine" v. 14, n. 6-7, maio/junho de 2011

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