Let's trim our hair in accordance with the socialist lifestyle,[1][2] or alternatively translated as Let us trim our hair in accordance with Socialist lifestyle,[3] was part of a North Korean government propaganda campaign promulgating grooming and dress standards.[3]
segunda-feira, 31 de dezembro de 2018
sábado, 29 de dezembro de 2018
North Korea reportedly punishing those who didn't sufficiently mourn Kim Jong Il
Published January 11, 2012
AP
December 28, 2011: In this image made from KRT television, a hearse is driven during a funeral procession of late North Korean leader Kim Jong Il in the snow in Pyongyang, North Korea.
PYONGYANG -- Following the mourning period for former leader Kim Jong Il, North Korean authorities have begun to punish citizens who did not display enough sadness at his death, The Daily NK reported Wednesday.
quinta-feira, 27 de dezembro de 2018
terça-feira, 25 de dezembro de 2018
domingo, 23 de dezembro de 2018
sexta-feira, 21 de dezembro de 2018
quarta-feira, 19 de dezembro de 2018
segunda-feira, 17 de dezembro de 2018
quinta-feira, 13 de dezembro de 2018
terça-feira, 11 de dezembro de 2018
sexta-feira, 7 de dezembro de 2018
quarta-feira, 5 de dezembro de 2018
segunda-feira, 3 de dezembro de 2018
sábado, 1 de dezembro de 2018
Chapeuzinho Vermelho (Politicamente Correto)
Todos nós conhecemos a fábula da menina que usava o capuz escarlate. Sua versão primitiva dada do Século XIV, ganhando o enredo tradicionalmente conhecido no Século XVII.
Porém, histórias envelhecem. Assim, torna-se necessário atualizar os contos infantis.
Eis a "Chapeuzinho Vermelho" do Século XXI:
Porém, histórias envelhecem. Assim, torna-se necessário atualizar os contos infantis.
Eis a "Chapeuzinho Vermelho" do Século XXI:
quinta-feira, 29 de novembro de 2018
terça-feira, 27 de novembro de 2018
Os ricos segundo as novelas
Um enredo melhor: Marxlena Chuí é uma acadêmica socialista aburguesada que odeia a classe média e faz questão de reforçar isso em toda cena em que aparece. Ela é casada com o Dias Fottoli, um juiz progressista militante. No primeiro capítulo o casal aparece comendo croissant avec pâte feuilletée no Restaurant Le Fouquet's da Avenue Champs-Élysées. Chuí encarna um tipo de Caco Antibes em "Sai de Baixo" e descreve como a classe média é fascista, racista, reacionária e neoliberal. Dias Fottoli faz um discurso sobre a redefinição do conceito de família.
Ao longo da trama descobre-se que ele teve um filho transexual chamado Carlos Luís Prestes Guarani-Kaiowá, um MAV que ganhou 40 mil reais desenvolvendo robôs que fingem suporte para as causas esquerdistas nas redes sociais. Guarani-Kaiowá é filho de Rosária, uma deputada loira de olhos azuis auto-racista que considera que não se pode punir um sujeito de 17 anos e 11 meses que matou e estuprou uma menina, pois ele é apenas um "menor em conflito com as leis", e por isso não merece punição.
No final da novela, a causa de Dias Fottoli vira lei e ele finalmente pode se casar com seu filho G.K. (que decidiu se chamar Luísa Inácia nos dias ímpares da semana). Ao saber disso, Marxlena fica abalada por dois capítulos, mas no último finalmente decide propor casamento a Rosária, e assim se celebra o primeiro casamento quadruplo intrafamiliar do Brasil.
sexta-feira, 23 de novembro de 2018
Livre-se da sua televisão
Neste vídeo Margarita Noyes fala sobre os problemas causados pela televisão na educação de crianças, conta como foi a experiência de sua família ( já que nunca teve uma TV em casa) e dá alternativas de atividades para os filhos daqueles pais que decidam se livrar de suas televisões.
quarta-feira, 21 de novembro de 2018
segunda-feira, 19 de novembro de 2018
sábado, 17 de novembro de 2018
Desenho Infantil de Mau Gosto
A diferença dos desenhos animados antigos para os da década de 1990 em diante é que as animações eram mais bem feitas, as cores eram mais vivas e alegres e os traços mais naturais. Atualmente os desenhos geralmente são propositalmente feios, deformados, as cores fazem alusão a cadáveres, enfim um mau gosto constante e perturbador! O cúmulo foi esse desenho brasileiro, aparentemente bem popular e premiado.
quinta-feira, 15 de novembro de 2018
terça-feira, 13 de novembro de 2018
domingo, 11 de novembro de 2018
sexta-feira, 9 de novembro de 2018
segunda-feira, 5 de novembro de 2018
São Tomás de Aquino e a Amizade
“Qualquer amigo verdadeiro quer para seu amigo: 1) que exista e viva; 2) todos os bens; 3) fazer-lhe o bem; 4) deleitar-se com sua convivência; e 5) finalmente compartilhar com ele suas alegrias e tristezas, vivendo com ele um só coração” (Santo Tomás de Aquino, “Summa Theologiae”, II-II, q. 25, a. 7).
quinta-feira, 1 de novembro de 2018
terça-feira, 30 de outubro de 2018
Mad Rant: Republican Media in Monarchy
"Everything these trashy whiners do infuriates me. They complain endlessly about how “offensive” they find the life of “privilege” that the Queen and the Royal Family enjoy. Well, exactly what “privileges” are these? I would really like to know. Is it the lavish residences, the horses, fancy cars? Because the royals would still have all of that too even if they were no longer recognized royalty. Unless they are to have all of their private property forcibly confiscated from them (in full communist style) then they would still just be wealthy private citizens. So, what are the “privileges” that they enjoy just by being royal? The Queen has no actual political power over anyone, no one can even be compelled to treat Her Majesty with respect. The royals cannot vote, they have no freedom of speech, no freedom of movement and no freedom of religion. They spend their entire lives carrying out services on behalf of their country, everything they do is scrutinized, they have little to no privacy, their every day is planned out weeks if not months in advance and when they are criticized they cannot even defend themselves. The Queen is also the only one in the country who is subject to double taxation. Exactly where are all these great “privileges” I keep hearing about? Is it the jewels and the crowns and that stuff? Can’t be, because those do not exactly belong to the Queen either. Technically they do but, of course, she could not decide to just take one of the crowns down to the local pawn shop, sell it and pocket the money can she? There are private citizens in the U.K. who are wealthier than the royals with none of the responsibility and a great deal more rights and freedom who do as they please, when they please with no one paying them the least bit of attention. Spare me the “life of privilege” argument!"
sexta-feira, 26 de outubro de 2018
quarta-feira, 24 de outubro de 2018
segunda-feira, 22 de outubro de 2018
sábado, 20 de outubro de 2018
quinta-feira, 18 de outubro de 2018
terça-feira, 16 de outubro de 2018
sexta-feira, 12 de outubro de 2018
quarta-feira, 10 de outubro de 2018
segunda-feira, 8 de outubro de 2018
sábado, 6 de outubro de 2018
terça-feira, 2 de outubro de 2018
domingo, 30 de setembro de 2018
sexta-feira, 28 de setembro de 2018
sábado, 22 de setembro de 2018
Discurso de Marco Antônio nos Funerais de César
Charlton Heston, 1950.
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Marlon Brando, 1953.
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DISCURSO DE MARCO ANTÔNIO NOS FUNERAIS DE CÉSAR
Amigos, romanos, compatriotas, prestai-me atenção! Estou aqui para sepultar César, não para glorificá-lo. O mal que os homens fazem perdura depois deles! O bem é quase sempre sepultado com seus próprios ossos! Que assim seja com César!
O nobre Brutus vos disse que César era ambicioso. Se assim foi, era uma grave falta e César a pagou gravemente. Aqui, com a permissão de Brutus e dos demais – pois Brutus é um homem honrado, como todos os demais são homens honrados -, venho falar nos funerais de César. Era meu amigo, leal e justo comigo; mas Brutus diz que era ambicioso, e Brutus é um homem honrado. Trouxe muitos cativos para Roma, cujos resgates encheram os cofres do Estado. César, neste particular, parecia ambicioso? Quando os pobres deixavam ouvir suas vozes lastimosas, César derramava lágrimas. A ambição deveria ter um coração mais duro! Entretanto, Brutus disse que ele era ambicioso e Brutus é um homem honrado. Todos vós o viste nas Lupercais: três vezes eu lhe apresentei uma coroa real e, três vezes ele a recusou. Isto era ambição? Entretanto, Brutus disse que ele era ambicioso e, sem dúvida alguma, Brutus é um homem honrado. Não falo para desaprovar o que Brutus disse, mas aqui estou para falar sobre aquilo que sei! Todos vós já o amastes, não sem motivo. Que razão, então, vos detém, agora, para pranteá-lo? Oh! Inteligência, fugiste para os irracionais, pois os homens perderam o juízo!... Desculpai-me! Meu coração está ali com César, e preciso esperar até que ele para mim volte!
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Ainda ontem, a palavra de César podia ser mais forte do que o Universo! Agora, ali ele jaz e ninguém, mesmo que seja o mais miserável possível, não lhe presta uma só homenagem! Ó senhores, se estivesse disposto a excitar vossos corações e vossos espíritos para o motim e a cólera, seria injusto com Brutus e com Cassius, os quais, como todos vós sabeis, são homens honrados. Não quero ser injusto com eles! Prefiro ser injusto com o morto, comigo e convosco, a ser injusto com homens tão honrados! Mas aqui está um pergaminho com o selo de César. Eu o encontrei no gabinete dele: são as suas últimas vontades. Ouça somente o povo este testamento – embora, desculpai-me, não pretenda lê-lo -, e irá beijar as feridas de César morto, mergulhando os lenços em seu sangue sagrado! Mendigará um cabelo como relíquia e, quando morrer, o mencionará nos testamentos, para transmiti-lo, como precioso legado, para sua descendência.
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Sede pacientes, amáveis amigos! Não devo lê-lo! Não é conveniente que saibais quanto César vos amava! Não sois de madeira, não sois de pedra, mas sois humanos e, sendo homens, ao ouvirdes o testamento de César, ficareis inflamados, ficareis enlouquecidos. Não é bom que saibais que sois os herdeiros dele, se vós o soubésseis, oh que poderia acontecer?
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Tereis paciência? Esperareis um pouco? Fui longe demais contando-vos isto. Temo ser injusto com os homens honrados, cujos punhais feriram César! É o que temo!
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Quereis compelir-me então a ler o testamento? Pois, então, formai um círculo em torno do cadáver de César e deixai-me mostrar-vos aquele que fez o testamento. Posso descer? Vós dareis vossa permissão?
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Se tiverdes lágrimas, preparai-vos agora para derramá-las. Todos vós conheceis este manto; lembro-me da primeira vez que César o usou. Era uma tarde de verão, dentro da tenda, no dia em que venceu os nérvios. Olhai: por este lugar penetrou o punhal de Cássio! Vede que rasgão abriu o invejoso Casca! Por este, o bem-amado Brutus o feriu! E, ao retirar o maldito aço, observai como o sangue de César parece que se lançou atrás dele, como se quisesse certificar-se de que era ou não Brutus quem tão desumanamente abria a porta! Porque Brutus, como sabeis, era o anjo de César! Julgai-o, ó deuses, com que ternura César o amava! Esse foi o mais cruel de todos os golpes, pois, quando o nobre César viu que ele o feria, a ingratidão, mais poderosa do que os braços dos traidores, venceu-o completamente! Então, estalou seu poderoso coração e, cobrindo o rosto com o manto, o grande César caiu aos pés da estátua de Pompeu, onde o sangue não parava de jorrar... Oh! Que queda foi aquela, meus compatriotas! Naquele momento, eu, vós e todos caímos, enquanto triunfava sobre nós a traição sangrenta! Oh! Estais chorando agora e percebo que sentis a marca da piedade! São lágrimas generosas! Almas bondosas, porque chorais, quando só vistes ainda as feridas do manto de César? Olhai: aqui está o próprio César, como estais vendo, desfigurado pelos traidores!
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Bons amigos, amáveis amigos, não me deixeis excitar-vos com esta repentina explosão de revolta! Aqueles que consumaram este ato são homens honrados. Quais eram as queixas secretas que tinham para fazê-lo? Ai! É o que ignoro. Eles são sensatos e honrados e, sem dúvida, apresentarão a todos vós as razões que possuíam. Não vim aqui, meus amigos, para roubar vossos corações! Não sou orador como Brutus, mas como todos vós sabeis, um homem franco e simples que amava meu amigo e isso sabem perfeitamente bem os que me deram publicamente licença para falar a respeito dele. Não tenho espírito, nem palavras, nem mérito, nem ação, nem eloqüência, nem o poder da palavra capazes de excitar o sangue dos homens! Falo muito claramente e só vos digo o que todos vós já sabeis. Estou mostrando as feridas do bondoso César, pobres bocas mudas e peço-lhes que falem por mim! Se eu fosse Brutus, e se Brutus fosse Antônio, esse Antônio perturbaria a serenidade de vossos espíritos e colocaria uma língua em cada uma das feridas de César, capaz de comover e levantar em motim as pedras de Roma!
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Amigos, não sabeis o que ides fazer! Que fez César para assim merecer vossos afetos? Ai, vós o ignorais! Devo, então, dizer-vos. Esquecestes o testamento de que vos falei.
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Aqui está ele e com o selo de César. A cada cidadão romano, a cada homem, individualmente, ele lega setenta e cinco dracmas.
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Além disso, ele vos deixa todos os seus passeios, seus jardins privados, seus pomares recém-plantados deste lado do Tibre. Lega-os perpetuamente para vós e para vossos herdeiros como parques públicos, para que possais passear e divertir-vos. Aqui estava um César. Quando aparecerá outro?
:-:-:
Fonte: SHAKESPEARE, William. "Júlio César". In: Obras Completas, Vol. I. Rio de Janeiro: Companhia José Aguilar Editora, 1969.
quinta-feira, 20 de setembro de 2018
Discurso de Henrique V na Batalha de Agincourt
Kenneth Branagh, 1989.
. . .
O DISCURSO DO DIA DE SÃO CRISPIM
A cena ocorre no acampamento inglês no dia da batalha de Azincourt (25 de outubro de 1415). O rei Henrique V faz a revista em suas tropas. Os ingleses tem dez mil soldados para opor-se aos 60 mil franceses que os aguardam nas planícies de Azincourt quando é abordado pelo conde de Westmoreland (*).
O conde de Westmoreland, primo do rei, lamenta a falta de mais homens para pelo menos tentar equilibrar um pouco a enorme diferença dos efetivos de combatentes. O rei toma a palavra então:
Quem expressa esse desejo? Meu primo Westmoreland? Não, meu simpático primo; se estamos destinados a morrer, nosso país não tem necessidade de perder mais homens do que nós temos aqui; e , se devemos viver, quanto menor é o nosso número, maior será para cada um de nós a parte da honra. Pela vontade de Deus! Não desejes nenhum um homem a mais, te rogo! Por Júpiter! Não sou avaro de ouro, e pouco me importo se vivem às minhas expensas: sinto pouco que outros usem minhas roupas: essa coisas externas não encontram abrigo entre as minhas preocupações; mas se ambicionar a honra é pecado, sou a alma mais pecadora que existe.
Não, por fé, não desejeis nenhum homem mais da Inglaterra. Paz de Deus! Não quereria, pela melhor das esperanças, expor-me a perder uma honra tão grande, que um homem a mais poderia quiçá compartir comigo. Oh! Não ansieis por nenhum homem a mais! Proclama antes, através do meu exército, Westmoreland, que aquele que não for com coração à luta poderá se retirar: lhe daremos um passaporte e poremos na sua mochila uns escudos para a viagem; não queremos morrer na companhia de um homem que teme morrer como companheiro nosso.
O dia de São Crispim: este dia é o da festa de São Crispim; aquele que sobreviver esse dia voltará são e salvo ao seu lar e se colocará na ponta dos pés quando se mencionará esta data, ele crescerá sobre si mesmo ante o nome de São Crispim. Aquele que sobrevier esse dia e chegar a velhice, a cada ano, na véspera desta festa, convidará os amigos e lhes dirá: "Amanhã é São Crispim". E então, arregaçando as mangas, ao mostrar-lhes as cicatrizes, dirá: "Recebi estas feridas no dia de São Crispim."
Os velhos esquecerão; mas, aqueles que não esquecem de tudo, se lembrarão todavia com satisfação das proezas que levaram a cabo naquele dia. E então nossos nomes serão tão familiares nas suas bocas com os nomes dos seus parentes: o rei Harry, Bedford, Exeter, Warwick e Talbot, Salisbury e Gloucester serão ressuscitados pela recordação viva e saudados com o estalar dos copos.
O bom homem ensinará esta história ao seu filho, e desde este dia até o fim do mundo a festa de São Crispim e Crispiano nunca chegará sem que venha associada a nossa recordação, à lembrança do nosso pequeno exército, do nosso bando de irmãos; porque aquele que verter hoje seu sangue comigo, por muito vil que seja, será meu irmão, esta jornada enobrecerá sua condição e os cavaleiros que permanecem agora no leito da Inglaterra irão se considerar como malditos por não estarem aqui, e sentirão sua nobreza diminuída quando escutarem falar daqueles que combateram conosco no dia de São Crispim.
:-:-:
(*) No combate, os franceses, comandados pelo condestável Charles I d'Albret, foram totalmente batidos pelos arqueiros ingleses num dos maiores desastres militares da história da França, que perdeu, além do condestável, 12 outros membros da alta nobreza, 1.500 cavaleiros e mais 4.500 soldados.
Fonte: SHAKESPEARE, William. A vida do rei Henrique V, ato IV, cena III)
. . .
O DISCURSO DO DIA DE SÃO CRISPIM
A cena ocorre no acampamento inglês no dia da batalha de Azincourt (25 de outubro de 1415). O rei Henrique V faz a revista em suas tropas. Os ingleses tem dez mil soldados para opor-se aos 60 mil franceses que os aguardam nas planícies de Azincourt quando é abordado pelo conde de Westmoreland (*).
O conde de Westmoreland, primo do rei, lamenta a falta de mais homens para pelo menos tentar equilibrar um pouco a enorme diferença dos efetivos de combatentes. O rei toma a palavra então:
Quem expressa esse desejo? Meu primo Westmoreland? Não, meu simpático primo; se estamos destinados a morrer, nosso país não tem necessidade de perder mais homens do que nós temos aqui; e , se devemos viver, quanto menor é o nosso número, maior será para cada um de nós a parte da honra. Pela vontade de Deus! Não desejes nenhum um homem a mais, te rogo! Por Júpiter! Não sou avaro de ouro, e pouco me importo se vivem às minhas expensas: sinto pouco que outros usem minhas roupas: essa coisas externas não encontram abrigo entre as minhas preocupações; mas se ambicionar a honra é pecado, sou a alma mais pecadora que existe.
Não, por fé, não desejeis nenhum homem mais da Inglaterra. Paz de Deus! Não quereria, pela melhor das esperanças, expor-me a perder uma honra tão grande, que um homem a mais poderia quiçá compartir comigo. Oh! Não ansieis por nenhum homem a mais! Proclama antes, através do meu exército, Westmoreland, que aquele que não for com coração à luta poderá se retirar: lhe daremos um passaporte e poremos na sua mochila uns escudos para a viagem; não queremos morrer na companhia de um homem que teme morrer como companheiro nosso.
O dia de São Crispim: este dia é o da festa de São Crispim; aquele que sobreviver esse dia voltará são e salvo ao seu lar e se colocará na ponta dos pés quando se mencionará esta data, ele crescerá sobre si mesmo ante o nome de São Crispim. Aquele que sobrevier esse dia e chegar a velhice, a cada ano, na véspera desta festa, convidará os amigos e lhes dirá: "Amanhã é São Crispim". E então, arregaçando as mangas, ao mostrar-lhes as cicatrizes, dirá: "Recebi estas feridas no dia de São Crispim."
Os velhos esquecerão; mas, aqueles que não esquecem de tudo, se lembrarão todavia com satisfação das proezas que levaram a cabo naquele dia. E então nossos nomes serão tão familiares nas suas bocas com os nomes dos seus parentes: o rei Harry, Bedford, Exeter, Warwick e Talbot, Salisbury e Gloucester serão ressuscitados pela recordação viva e saudados com o estalar dos copos.
O bom homem ensinará esta história ao seu filho, e desde este dia até o fim do mundo a festa de São Crispim e Crispiano nunca chegará sem que venha associada a nossa recordação, à lembrança do nosso pequeno exército, do nosso bando de irmãos; porque aquele que verter hoje seu sangue comigo, por muito vil que seja, será meu irmão, esta jornada enobrecerá sua condição e os cavaleiros que permanecem agora no leito da Inglaterra irão se considerar como malditos por não estarem aqui, e sentirão sua nobreza diminuída quando escutarem falar daqueles que combateram conosco no dia de São Crispim.
:-:-:
(*) No combate, os franceses, comandados pelo condestável Charles I d'Albret, foram totalmente batidos pelos arqueiros ingleses num dos maiores desastres militares da história da França, que perdeu, além do condestável, 12 outros membros da alta nobreza, 1.500 cavaleiros e mais 4.500 soldados.
Fonte: SHAKESPEARE, William. A vida do rei Henrique V, ato IV, cena III)
terça-feira, 18 de setembro de 2018
domingo, 16 de setembro de 2018
Evolução Histórica da Hungria, Polônia, Lituânia e Tchéquia
Hungria 30000 a.C. - 2009
:=:=:
Polônia 990 - 2008
:=:=:
Lituânia 1240 - 2009
:=:=:
Tchéquia 935 - 2010
quarta-feira, 12 de setembro de 2018
segunda-feira, 10 de setembro de 2018
A digna pobreza de nossos avós. . .
[Antigamente] A pobreza nunca serviu de justificativa para a maledicência. Entre eles, sempre existiu a idéia clara, cristalina, do que era certo e errado. Não comungavam com bandidagem, criminalidade, nada. Isso era totalmente desconhecido, senão alheio. Na pior das hipóteses, ter um filho bandido ou criminoso, era motivo de deserdar da família. (...).
Minha avó passava fome e nunca se prostituiu; mal tinha família e, no entanto, tinha uma conduta moral exemplar. E a pobreza nunca foi justificativa para chorar seu destino; lutou e conseguiu ter uma velhice digna, como muitos de seus contemporâneos. Na verdade, toda uma classe média é vinda precisamente dessas pessoas pobres e perseverantes, que lutaram para ter melhoras de vida, justamente com essa formação moral. (...).
[Hoje] Os pobres são induzidos a invejar os ricos e se tornam desonestos, ladrões, gatunos e rancorosos daquilo que não possuem. Muitos não alimentam uma ética de trabalho, pelo contrário, querem saquear os mais prósperos. A desunião se dissemina entre eles e o vizinho é capaz de agredir e matar o outro por migalhas. Os filhos odeiam os pais e os pais rejeitam os filhos; e a liberdade sexual levou uma boa parte dos jovens à promiscuidade pura e simples. Os jovens, que eram protegidos de muitas temeridades, estão expostos a toda sorte de abusos e doenças. O caos das mães solteiras e dos filhos indesejados é o preço da exaltação da liberdade sexual irrestrita, sem as responsabilidades e limites morais inerentes ao sexo. Isto porque a delinqüência brutal e a violência assombrosa nas cidades se devem, justamente, à quebra total da moralidade familiar. Pais irresponsáveis e levianos, filhos desamparados, indivíduos sem consciência moral.
Os jovens de épocas passadas eram disciplinados pela autoridade dos mais velhos. E a velhice e madureza eram sinônimas de autoridade e sapiência. O que se vê hoje é o culto do jovem irresponsável, mimado, que elevado nas alturas da bajulação indevida e isento de responsabilidades, descamba para a perversão moral, para a criminalidade e para o banditismo. Com tantas regalias, tantos mimos, eles se tornam assassinos, violentos, cruéis, desumanos, estupradores, salteadores e canalhas! Daí as causas da violência, que estão mais no espírito de dissenso ético e moral da população do que necessariamente em seus bolsos. Até porque a relação entre pobreza e criminalidade não somente é falsa, como preconceituosa.
sábado, 8 de setembro de 2018
quinta-feira, 6 de setembro de 2018
Platão e a Educação
"Logo, a boa qualidade do discurso, da harmonia, da graça e do ritmo depende da qualidade do caráter, não daquele a que, sendo debilidade de espírito, chamamos familiarmente ingenuidade, mas da inteligência que verdadeiramente modela o caráter na bondade e na beleza.
- Exactamente - disse.
- Portanto, não devem os jovens procurar por toda a parte estas qualidades, se querem executar o que lhes incumbe?
- Devem procurá-las, sim.
- Mas também a pintura está cheia delas, bem co...mo todas as artes desta espécie. Cheia está a arte de tecelagem, de bordar, de construir casas, e o fabrico dos demais objectos. Em todas estas coisas há, com efeito, beleza ou fealdade. Em fealdade, a arritmia, a desarmonia, são irmãs da linguagem perversa e do mau caráter; ao passo que as qualidades opostas são irmãs e imitações do inverso, que é o caráter sensato e bom.
- Absolutamente - disse.
- Mas então só aos poetas que devemos vigiar e forçá-los a introduzirem nos seus versos a imagem do caráter bom, ou então a não poetarem entre nós? Ou devemos vigiar também os outros artistas e impedi-los de introduzir na sua obra o vício, a licença, a baixeza, o indecoro, que na pintura dos seres vivos, que nos edifícios, quer em qualquer outra obra de arte? E, se não forem capaz disso, não deverão ser proibidos de exercer o seu mester entre nós, a fim de que os guardiões, criados no meio das imagens do mal, como no meio de ervas daninhas, colhendo e pastando aos poucos, todos os dias, porções de muitas delas, inadvertidamente não venham a acumular um grande mal na sua alma? Devemos mas é procurar aqueles dentre os artistas cuja boa natureza habilitou a seguir os vestígios da natureza do belo e do perfeito, a fim de que os jovens, tal como os habitantes de um lugar saudável, tirem proveito de tudo, de onde quer que algo lhes impressione os olhos ou os ouvidos, procedente de obras belas, como uma brisa salutar de regiões sadias, que logo desde a infância, insensivelmente, os tenha levado a imitar, a apreciar e a estar de harmonia com a razão formosa?
- Seria essa, de longe, a melhor educação."
- Absolutamente - disse.
- Mas então só aos poetas que devemos vigiar e forçá-los a introduzirem nos seus versos a imagem do caráter bom, ou então a não poetarem entre nós? Ou devemos vigiar também os outros artistas e impedi-los de introduzir na sua obra o vício, a licença, a baixeza, o indecoro, que na pintura dos seres vivos, que nos edifícios, quer em qualquer outra obra de arte? E, se não forem capaz disso, não deverão ser proibidos de exercer o seu mester entre nós, a fim de que os guardiões, criados no meio das imagens do mal, como no meio de ervas daninhas, colhendo e pastando aos poucos, todos os dias, porções de muitas delas, inadvertidamente não venham a acumular um grande mal na sua alma? Devemos mas é procurar aqueles dentre os artistas cuja boa natureza habilitou a seguir os vestígios da natureza do belo e do perfeito, a fim de que os jovens, tal como os habitantes de um lugar saudável, tirem proveito de tudo, de onde quer que algo lhes impressione os olhos ou os ouvidos, procedente de obras belas, como uma brisa salutar de regiões sadias, que logo desde a infância, insensivelmente, os tenha levado a imitar, a apreciar e a estar de harmonia com a razão formosa?
- Seria essa, de longe, a melhor educação."
(Platão in "A República", 401a, b, c, d)
terça-feira, 4 de setembro de 2018
domingo, 2 de setembro de 2018
Frase de Sêneca
É uma vergonha que um homem já velho, ou próximo da velhice, tenha uma sabedoria de compêndio. “Zenão diz assim.” – E tu, o que dizes? “Cleantes afirma...” – E tu, o que afirmas? Até quando andarás sob as ordens de outro? Dá as tuas ordens, diz algo digno de memória, afirma alguma coisa por tua conta! Por isso penso que todos quantos, recolhidos à sombra alheia, permanecem intérpretes e nunca se afirmam como autores, não possuem um caráter elevado, pois nunca ousam fazer nada do que longamente andaram estudando (...) Até quando permanecerás estudante? É altura de ensinares também.
Sêneca, “Carta a Lucílio”, 33, 8-9.
quinta-feira, 30 de agosto de 2018
terça-feira, 28 de agosto de 2018
quarta-feira, 22 de agosto de 2018
segunda-feira, 20 de agosto de 2018
terça-feira, 14 de agosto de 2018
Sim, a escola está destruindo gerações e causando estragos profundos
Sim, a escola está destruindo gerações e causando estragos profundos
Abolir esse modelo gerenciado pelo estado e criar outro é crucial
Aviso: texto disruptivo, com reflexões polêmicas que requerem uma grande capacidade de abstração e um desprendimento dos modelos vigentes. Caso ache que está tudo certo com o mundo e com a educação brasileira, não perca seu tempo com a leitura. Pode voltar para o Facebook ou Instagram.
Por que uma criança deve estudar?
Para ser formada como cidadã que terá um papel na sociedade, trabalhando para ter seu sustento, para realizar seus sonhos e colaborar com os menos favorecidos.
O estudo não tem um fim em si mesmo, do tipo "o estudo dignifica o homem". Não, o trabalho e a criação de valor é que dignificam o homem. O que você realiza é o que lhe dignifica. Logo, em uma determinada fase de sua vida, você supostamente deveria se preparar para, na próxima fase, produzir e gerar valor.
quarta-feira, 8 de agosto de 2018
Se a Internet tivesse sido criada pelo governo brasileiro
— Ainda haveria o catálogo da foto ao lado listando todos os emails do mundo;
— Cada website teria que observar as normas da ABNT;
— Conta no Facebook só poderia ser registrada com CPF e RG;
— Haveria cotas para conteúdo nacional no YouTube;
— Sua Senha de Acesso Universal (SAU) estaria seguramente protegida no cartório de sua cidade;
terça-feira, 31 de julho de 2018
Will Durant e o Relativismo Moral
“Nossa heróica rejeição dos costumes e da moral da nossa tribo, quando na adolescência descobrimos a relatividade da moral, apenas revela imaturidade de julgamento; mais uma década que se passe e começamos a perceber a muita sabedoria do código moral que condenávamos, pois que ele consolida a experiência de gerações e gerações anteriores. Cedo ou tarde nos vem a percepção de que mesmo o para nós i...ncompreensível pode ser verdadeiro. As instituições, convenções, costumes e leis que formam a complexa estrutura duma sociedade provêm do trabalho de centenas de séculos e de milhões de espíritos; um só espírito não pode esperar compreendê-lo durante apenas uma vida – e muito menos aos vinte anos de idade” (Will Durant).
sexta-feira, 27 de julho de 2018
Putin, Blatter, Dilma e Merkel na Final da Copa 2014
Putin com seus olhos de tigre; Blatter sem saber o que aconteceu; Dilma batendo um ronco e limpando a baba; Merkel celebrando o gol do título, até se lembrar que a turma ao seu redor era "da pesada"...
quarta-feira, 25 de julho de 2018
Eleições - Aprenda a escolher seu candidato para vereador
Há quem odeie horário político. E é por atitudes como essa que estamos como estamos, cheios de políticos medíocres representando-nos nas cadeiras legislativas e executivas.
Eu assisto horário político. Prefiro mil vezes assistir a propaganda eleitoral gratuita que uma novela, por exemplo. E esta semana, principalmente, quando as eleições começam a esquentar com o último mês de campanha fazendo a última curva apontando na reta de chegada para as eleições, fiz uma compilação do que EU ACHO relevante para escolhermos um candidato se levarmos em consideração apenas as propagandas na TV.
Eu assisto horário político. Prefiro mil vezes assistir a propaganda eleitoral gratuita que uma novela, por exemplo. E esta semana, principalmente, quando as eleições começam a esquentar com o último mês de campanha fazendo a última curva apontando na reta de chegada para as eleições, fiz uma compilação do que EU ACHO relevante para escolhermos um candidato se levarmos em consideração apenas as propagandas na TV.
sábado, 21 de julho de 2018
domingo, 15 de julho de 2018
sexta-feira, 13 de julho de 2018
Someone Like You by Adele (Yoko Ono cover)
A reação da mulher de saia ao fundo é a reação de qualquer pessoa normal à arte avant-garde: primeiro ela coloca a mão em expressão de espanto; passado o susto, trinta segundos depois, ela simplesmente começa a mexer no celular como se não estivesse nem aí para aquela japa maluca...
quarta-feira, 11 de julho de 2018
Monarquia no Jornal da Cultura — 15/06/2017
Um dos melhores comentários sobre a monarquia feitos na TV. O professorzinho de História filho da PUC quis fazer piada e tomou uma lambada da professora de Direito da USP, Maristela Basso, e do Secretário de Educação do Estado de São Paulo, José Renato Nalini.
segunda-feira, 9 de julho de 2018
sábado, 7 de julho de 2018
As 28 deficiências da inteligência humana, por Reuven Feuerstein
O Professor Olavo de Carvalho fala com frequência no Dr. Reuven Feuerstein. Encontrei essa postagem muito interessante no blog educacaodialogica.blogspot.com, assinada por João Maria Andarilho.
...
As deficiências resultantes da falta de aprendizagem mediada são antes periféricas do que centrais, e refletem atitude e motivação deficientes, falta de hábitos de trabalho e esquemas de aprendizagem ao invés de incapacidades estruturais e de elaboração. Evidências da reversibilidade do fenômeno tem sido encontrado em trabalhos clínicos e experimentais - especialmente através da avaliação dinâmica - (Dispositivo de Avaliação do Potencial de aprendizagem - "Learning Potential Assessment Device" - LPAD). O LPAD também nos capacitou a estabelecer um inventório de funções cognitivas subdesenvolvidas, pobremente desenvolvidas, ou debilitadas. Estas nós categorizamos como níveis de Input, Elaboração e Output.
Funções cognitivas debilitadas afetando o nível de Input incluem debilidades quantitativas e qualitativas dos dados recolhidos pelo indivíduo, quando confrontado por um problema, objeto ou experiência. Incluem:
quinta-feira, 5 de julho de 2018
terça-feira, 3 de julho de 2018
Resposta de Dostoiévski à carta de uma mãe, em 27 de março de 1878
Posso ver por sua carta que a senhora é uma boa mãe e se aflige com o desenvolvimento de seu filho. (...) A senhora deveria considerar as coisas por uma perspectiva mais simples. Pergunta-me, por exemplo: “O que é bom, e o que não é bom?” A que podem levar tais questões? (...) Seja boa, e faça seu filho perceber que a senhora é boa; deste modo sua obrigação para com ele cumprir-se-á inteiramente, pois assim lhe terá dado a convicção imediata de que as pessoas têm de ser boas. Seu filho então, por toda a vida, estimará a memória materna com grande reverência, e talvez mesmo com uma profunda emoção. E mesmo que a senhora faça algo errado – isto é, algo frívolo, mórbido ou até absurdo – seu filho cedo ou tarde o esquecerá e lembrar-se-á apenas das boas coisas. Tenha certeza: em geral, não há nada além que a senhora possa fazer por seu filho. E isso é de fato mais do que suficiente. A lembrança das boas qualidades de nossos pais – de seu amor à verdade, de sua retidão, da bondade de seu coração, de seu desprendimento da falsa vergonha e de sua constante relutância diante da mentira – tudo isto cedo ou tarde fará de seu filho uma nova criatura: acredite em mim.
Seu filho hoje está com oito anos; mostre-lhe o Evangelho, ensine-o a acreditar em Deus, e isto do modo mais ortodoxo possível. Eis um sine qua non. De outro modo a senhora não conseguirá fazer de seu filho um bom ser humano, mas na melhor das hipóteses um sofredor, e na pior um letárgico e indiferente “bem sucedido”, o que é um destino ainda mais deplorável. A senhora não encontrará em parte alguma algo melhor do que o Salvador, esteja certa.
domingo, 1 de julho de 2018
Lista básica de livros
CONSERVADORISMO
1. As Ideias Conservadoras – João Pereira Coutinho [http://tinyurl.com/hdqhujb
]
2. Como ser um Conservador – Roger Scruton [http://tinyurl.com/z2h5rjd
]
3. O que é conservadorismo – Roger Scruton [http://tinyurl.com/z9mfn68
]
4. A Política da Prudência – Russel Kirk [http://tinyurl.com/z7lpmnh
]
5. Por que virei à direita – João Pereira Coutinho, Luís Felipe Pondé, Denis Rosenlfield [http://tinyurl.com/hmbun9l
]
.
quinta-feira, 21 de junho de 2018
domingo, 17 de junho de 2018
A Importância do Doutorado
QUANDO SE TEM DOUTORADO
O dissacarídeo de fórmula C12H22O11, obtido através da fervura e da evaporação de H2O do líquido resultante da prensagem do caule da gramínea Saccharus officinarum, (Linneu, 1758) isento de qualquer outro tipo de processamento suplementar que elimine suas impurezas, quando apresentado sob a forma geométrica de sólidos de reduzidas dimensões e restas retilíneas, configurando pirâmides truncadas de base oblonga e pequena altura, uma vez submetido a um toque no órgão do paladar de quem se disponha a um teste organoléptico, impressiona favoravelmente as papilas gustativas, sugerindo impressão sensorial equivalente provocada pelo mesmo dissacarídeo em estado bruto, que ocorre no líquido nutritivo da alta viscosidade, produzindo nos órgãos especiais existentes na Apis mellifera.(Linneu, 1758) No entanto, é possível comprovar experimentalmente que esse dissacarídeo, no estado físico-químico descrito e apresentado sob aquela forma geométrica, apresenta considerável resistência a modificar apreciavelmente suas dimensões quando submetido a tensões mecânicas de compressão ao longo do seu eixo em conseqüência da pequena capacidade de deformação que lhe é peculiar.
quarta-feira, 13 de junho de 2018
segunda-feira, 11 de junho de 2018
O debate medular ou: por um movimento estudantil intelectualmente digno
por Luís Guilherme Fernandes Pereira
em 29 de abril de 2007
Resumo: Há, basicamente, dois tipos de militantes estudantis: os ignorantes e os desonestos.
© 2007 MidiaSemMascara.org
Das razões deste escrito
Estive hoje, data da escrita deste documento, no Conselho de Representantes de Unidades (CRU), espécie de “senado” do movimento estudantil da Unicamp, sobrepujado em autoridade somente pela assembléia geral e pelos congressos anuais, e que congrega representantes eleitos de forma direta e representantes escolhidos pelos Centros Acadêmicos.
Resumo: Há, basicamente, dois tipos de militantes estudantis: os ignorantes e os desonestos.
© 2007 MidiaSemMascara.org
Das razões deste escrito
Estive hoje, data da escrita deste documento, no Conselho de Representantes de Unidades (CRU), espécie de “senado” do movimento estudantil da Unicamp, sobrepujado em autoridade somente pela assembléia geral e pelos congressos anuais, e que congrega representantes eleitos de forma direta e representantes escolhidos pelos Centros Acadêmicos.
sábado, 9 de junho de 2018
Carpeaux: A idéia de universidade e as idéias das classes médias
OTTO MARIA CARPEAUX
A idéia de universidade e as idéias das classes médias
Ensaio do livro A Cinza do Purgatório,
incluído nos Ensaios Reunidos de Otto Maria Carpeaux
Jamais esquecerei o dia em que entrei pela primeira vez, com toda a ingenuidade dos meus dezoito anos, no solene recinto da Universidade da minha cidade natal. Um pórtico silencioso. Nas paredes viam-se os bustos dos professores que ali estudaram e ensinaram; no busto de um helenista lia-se a inscrição: "Ele acendeu e transmitiu a flâmula sagrada"; e no busto de um astrônomo: "O princípio que traz o seu nome ilumina-nos os espaços celestes." No meio do pátio, num pequeno jardim, sob o ameno sol de outono, erguia-se uma estátua de mulher nua, com olhos enigmáticos: a deusa da sabedoria. Silêncio. Não esquecerei nunca.
A decepção foi muito grande. Via a biblioteca coberta de poeira, os auditórios barulhentos, estupidez e cinismo em cima e em baixo das cadeiras dos professores, exames fáceis e fraudulentos, brutalidades de bandos que gritavam os imbecis slogans políticos do dia, e que se chamavam "acadêmicos".
terça-feira, 5 de junho de 2018
domingo, 3 de junho de 2018
Feudo ideológico
"No artigo “Universidade pública sob ameaça” (O GLOBO, 03/05/2018), dois professores da UFF denunciam pretensos “ataques às universidades públicas” perpetrados pelo que descrevem como “grupos de direita e extrema-direita”, cujo objetivo seria “transformar a universidade em um lugar permeado por dogmas, preconceitos e ideias pasteurizadas”.
Invertendo vítimas e agressores, e tomando partido destes, o artigo faz referência a um evento ocorrido na própria UFF, no qual uma palestrante foi impedida de deixar o prédio em que falava para um punhado de alunos, tendo sido forçada a permanecer sete horas entrincheirada numa sala, sob ofensas e ameaças de agressão. Cúmplices da intolerância, e redobrando a infâmia, diretores da universidade decidiram proibir de vez as atividades do grupo de estudantes responsável pelo evento. Não é caso isolado".
sexta-feira, 1 de junho de 2018
segunda-feira, 28 de maio de 2018
21 de setembro: Dia da Árvore (Earth First)
"[Crying] I want to mourn the loss... of all the old growth... trees I see... and tell them that we love them and that we don't want them to die... that we are the people here who do care... so I want you to know that trees... that we care." -- Earth First! member crying and making a statement to all of the trees of the forest
"I think we are deeply hurting in America. I think we are deeply craving answers. I think we have lost our identity as we have evolved into technology and into industrialized society. Bring me to this cathedral [the forest]. Bring me to those guys [the trees] Bring me to this rock that has the most incredible life. That makes me feel alive."
-- Syndee L'ome Grace, Earth First! member
""I've looked at clear cuts and burnt forests and I've felt outraged but I didn't scream and I didn't cry and I need to AAAAAAAhhhhAAAAAAAAhhhhAAAAAAUUUUUU!!"
""I've looked at clear cuts and burnt forests and I've felt outraged but I didn't scream and I didn't cry and I need to AAAAAAAhhhhAAAAAAAAhhhhAAAAAAUUUUUU!!"
quinta-feira, 24 de maio de 2018
terça-feira, 22 de maio de 2018
domingo, 20 de maio de 2018
quarta-feira, 16 de maio de 2018
segunda-feira, 14 de maio de 2018
The Coronation of Queen Elizabeth II 1953 and The Children's
:=:=:
ANOTHER CHILDREN'S CORONATION IS TO BE PERFORMED IN ST MAWES ON 4TH JUNE 2012. EVERYONE IS WELCOME TO COME TO OUR VILLAGE IN CORNWALL AND SEE THIS REMARKABLE SIGHT.
_________________________________________________
A detailed re-enactment of The Queen's Coronation, called The Children's Coronation, took place on 3rd June 2002 in Cornwall, as the principal event in the Jubilee celebrations of the Parish of St Just in Roseland. It was performed on the Quay in St Mawes by nine and ten year old children from St Mawes School, together with a few adults.
Villagers created a 2.5m tall golden Coronation Coach, to be pulled by members of the Gig Club, a Coronation Chair, authentic dresses, robes and regalia and principal items of the Crown Jewels. Royal approval was later received by letter from HM The Queen and in a visit from HRH the Duke of Cornwall.
sábado, 12 de maio de 2018
quinta-feira, 10 de maio de 2018
terça-feira, 8 de maio de 2018
domingo, 6 de maio de 2018
sexta-feira, 4 de maio de 2018
quarta-feira, 2 de maio de 2018
segunda-feira, 30 de abril de 2018
sábado, 28 de abril de 2018
quinta-feira, 26 de abril de 2018
domingo, 8 de abril de 2018
16 Churches So Beautiful They’ll Take Your Breath Away
16 Churches So Beautiful They’ll Take Your Breath Away
Yes, all of these places actually exist!
You can click on any image to enlarge it.
Enjoy!
[See also: QUIZ: Modernist Church or Communist Building?]
St. Peter and Paul’s Church – Vilnius, Lithuania
sexta-feira, 6 de abril de 2018
quarta-feira, 4 de abril de 2018
Pintura de mesa de ping-pong vale R$ 100 milhões
Assim a Casa de Leilões Sotheby’s descreve essa pintura de uma mesa de ping-pong de 100 milhões de reais:
Newman oprime e seduz o espectador com a totalidade de sua sensualidade, pincelando cascatas de azul vibrante coexistindo com o "Sinal" vertical da presença humana de Newman, o seu icônico e revolucionário "zip".
segunda-feira, 2 de abril de 2018
sábado, 31 de março de 2018
quinta-feira, 29 de março de 2018
The Prussian Monarchy Stuff
by William S. Lind
Eu sou um monarquista, é claro, como todos os verdadeiros conservadores. O universo não é uma República.
Minha ligação específica com a Casa de Hohenzollern desenvolveu-se quando comecei a entender a maneira Prussiana-germânica de guerrear, e sua imensa diferença em relação à abordagem Franco/Americana. (...)
Mas é mais do que isso: sendo tanto um conservador culturalmente quando historiador, eu entendo que a última chance de sobrevivência de nossa civilização cristã ocidental pode ter sido uma vitória das Potências Centrais na Primeira Guerra Mundial.
Eu sou um monarquista, é claro, como todos os verdadeiros conservadores. O universo não é uma República.
Minha ligação específica com a Casa de Hohenzollern desenvolveu-se quando comecei a entender a maneira Prussiana-germânica de guerrear, e sua imensa diferença em relação à abordagem Franco/Americana. (...)
Mas é mais do que isso: sendo tanto um conservador culturalmente quando historiador, eu entendo que a última chance de sobrevivência de nossa civilização cristã ocidental pode ter sido uma vitória das Potências Centrais na Primeira Guerra Mundial.
terça-feira, 27 de março de 2018
Americans give record $295B to charity
U.S. -- More Charitable Than Any Other Country
NEW YORK (AP) — Americans gave nearly $300 billion to charitable causes last year, setting a record and besting the 2005 total that had been boosted by a surge in aid to victims of hurricanes Katrina, Rita and Wilma and the Asian tsunami.
domingo, 25 de março de 2018
Frase: Edmund Burke
"Os homens estão aptos para o exercício das suas liberdades e garantias na medida exata em que se disponham a impor grilhões morais às suas ambições; na medida em que o seu amor pela justiça se sobreponha à sua rapacidade; na medida em que a sanidade e a sobriedade da razão suplantem a sua vaidade e presunção, em que se disponham a dar ouvidos aos conselhos dos sensatos e dos bons, preferindo-os à lisonja dos velhacos.
A sociedade não poderá existir a menos que sobre a vontade e a cobiça se exerça, algures, um poder de controle, e, quanto mais fraco ele for interiormente, mais forte terá de ser exteriormente.
Está estabelecido na eterna constituição das coisas que os espíritos intemperados jamais poderão ser livres. As suas paixões forjam os seus grilhões”.
- Edmund Burke, Reflexões sobre a Revolução na França
sexta-feira, 23 de março de 2018
quarta-feira, 21 de março de 2018
segunda-feira, 19 de março de 2018
The “Fairy-Tale” Prince and the Five Surprises
by Stephen Masty
(...)
Here comes the first surprise: on the morning after the wedding, the groom turned to his bride and declared; “Now we must help each other to get to Heaven.” Not to win military battles or accede to thrones, or revel in luxury or bask in the world’s most elegant High Society with their movie-star good looks; for even coming from religious families, Karl and Zita were uncommonly committed Christians.
domingo, 11 de março de 2018
Como cumprimentar uma senhora tchecoslovaca
Filme "Vesničko má středisková" (My Sweet Village, 1985).
sexta-feira, 9 de março de 2018
Asterix ajuda a entender o capitalismo
Sérgio Domingues
Comparar Obelix e Companhia, de Goscinny e Uderzo, às obras de Marx, Engels, Lênin, Rosa, Trotski, Gramsci, não tem nenhum sentido. Mas, essa pequena obra-prima em quadrinhos merece a atenção de quem luta contra o capitalismo.
"Estamos no ano 50 antes de Cristo. Toda a Gália foi ocupada pelos romanos... Toda? Não! Uma aldeia povoada por irredutíveis gauleses ainda resiste ao invasor. E a vida não é nada fácil para as guarnições de legionários romanos nos campos fortificados de Babaorum, Aquarium, Laudanum, e Petibonum...".
A apresentação acima acompanha todos os álbuns de Asterix, personagem do italiano Albert Uderzo e do francês René Goscinny. A série de 31 álbuns é um dos exemplos do que há de melhor na literatura em quadrinhos.
O que a introdução não explica é que os "irredutíveis" gauleses devem sua invencibilidade a uma poção mágica. A bebida dá aos aldeões uma enorme força física e seus efeitos duram o suficiente para destruir qualquer tentativa romana de conquistar a aldeia. Esta, na verdade, simboliza o nacionalismo francês.
Cada álbum da dupla é uma obra-prima feita de belos traços e cores, humor, roteiro, ironia, conhecimento histórico e muita inteligência. Mas um deles é tudo isso e ainda pode ser usado para mostrar como as relações capitalistas podem corroer laços comunitários de convivência. Trata-se de Obelix e Companhia.
A história começa com a imagem da fortificação de Babaorum, a mais próxima da aldeia gaulesa (Prancha 1-A). As legiões romanas, famosas por sua disciplina e dedicação, estão entregues à mais terrível indisciplina e ao mais completo ócio. Só esperam a chegada das legiões que ficarão em seu lugar. As razões? A desmoralização diante das sucessivas surras tomadas dos gauleses.
Vou fazer algumas observações a que chamarei de parênteses. Os leitores que os acharem desnecessários ou quiserem tirar suas próprias conclusões, podem seguir o texto principal sem prejuízos para a compreensão da história.
Enquanto isso, César, em Roma, está desesperado por uma saída para o impasse diante da aldeia de Asterix. Convocou senadores e patriarcas para aconselhá-lo na tarefa. Dentre estes, está Regius Velhacus, recém formado pelo "reformatório de ensino superior". Ele propõe a César derrotar os gauleses por meios não militares. Através da corrupção pelo ouro. César se interessa.
Mas, um dos presentes discorda. Diz que o melhor ainda é a boa e velha força bruta. Ao ouvir isso, César diz a ele: "Sim, Pediculus, eu me lembro! Você era um jovem tribuno corajoso, audaz, até pensava nos problemas do povo...Agora, com o ouro dos saques, veja em que você se transformou!" Depois, dirigindo-se a todos: "Sim! Vejam o que o ouro, as vilas, as orgias, as comissões na compra de armas fizeram de vocês! Gordos e decadentes!..." (Prancha 9-A)
César vira-se para Velhacus e pergunta: "Você acha que pode transformar aqueles gauleses em algo parecido com isso?", apontando para os gordos patriarcas. A resposta: "Pode crer! Eles vão lutar por outra coisa e nunca mais para defender sua aldeia!" (9-B).
Os primeiros parênteses: há, nos Estados Unidos, quem defenda um modo mais eficiente de acabar com o regime cubano do que o embargo econômico. Bastaria estabelecer as mais amplas relações comerciais com a ilha. O efeito corrosivo da presença dos produtos capitalistas mais avançados colocaria por terra um sistema de poder que usa como pretexto a penúria a que o povo cubano foi condenado pela brutalidade norte-americana. Esta aventura de Asterix poderia dar razão à tese.
Velhacus parte para a Gália. Por acaso, encontra Obelix na floresta que separa a fortificação romana da aldeia gaulesa. Como sempre, o grande gaulês carrega um menir (1) de sua própria fabricação. Velhacus encontra o pretexto para por seu plano em ação. Compra o menir e pede para entregar mais um na fortificação romana no dia seguinte. Obelix faz mais um menir e o leva a Velhacus. Este lhe diz que vai pagar o dobro do que pagara pelo anterior. Diante do espanto de Obelix, o romano explica as razões do aumento nos seguintes termos: "... problemas de da economia, fluxo de oferta e demanda...reversão atípica das expectativas. Flutuação cambial...é complicado" (13-A).
Javali é o prato preferido na aldeia e o único item na gordurosa dieta de Obelix. Mas com o aumento das encomendas de menires, Obelix já não tem tempo para caçar. Se vê obrigado a oferecer dinheiro a um outro aldeão, Analgesix, para caçar javalis para ele.
Asterix estranha a intensa produção de menires e questiona Obelix. Este dá sua explicação nos termos em que aprendeu a pensar com Velhacus: "...Se a demanda for igual à quantidade de bens produzidos, divididos pela quantidade de moeda boa, multiplicada pela quantidade de moeda má que sai de circulação, os preços cairão" (15-B).
A vida da aldeia começa a entrar em colapso. Obelix recebe cada vez mais dinheiro de Velhacus. Passa a contratar gente para ajudá-lo na fabricação de menires. Ao mesmo tempo, outros aldeões são desviados de suas funções normais para caçar javalis. Estes são vendidos para quem não tem tempo de caçar por estar trabalhando para Obelix.
Ao sair para caçar, Asterix descobre que a floresta está apinhada de caçadores de javalis devido ao surgimento da troca de javalis por dinheiro.
As relações conjugais também não vão bem. Uma das mulheres da aldeia se insinua para Obelix, uma vez que ele comprou todo os belos tecidos do mercador que visita a aldeia regularmente. Obelix a contrata para fazer-lhe uma roupa. O marido cobra o almoço. Mas ela se nega a preparar a refeição porque está costurando para Obelix. "Como não posso contar com você, preciso arranjar um meio de ganhar dinheiro", diz ela. (23-B e 24-A).
Mais parênteses: o enredo mostra como a forma de troca de mercadorias entre os aldeões vai se alterando. Antes eram trocas entre produtores diferentes. O peixeiro comprava do ferreiro, mas este também seria fornecedor do peixeiro, quando ele precisasse de uma nova balança ou de facas. O dinheiro está presente, mas seu caráter intermediário é mais claro. Com a especialização da aldeia na fabricação de menires, todo o resto começa a girar em sua órbita. Já não circulam produtos e serviços através do dinheiro, mas dinheiro através de produtos e serviços. Há uma passagem de O Capital, de Marx que diz: "... uma mercadoria não se torna dinheiro somente porque todas as outras nela representam seu valor, mas, ao contrário, todas as demais nela expressam seus valores, porque ela é dinheiro. Ao se atingir o resultado final, a fase intermediária desaparece sem deixar vestígios. (...) Ouro e prata já saem das entranhas da terra como encarnação direta de todo trabalho humano. Daí a magia do dinheiro."
Asterix sente que está em andamento um plano para desunir a aldeia. Prepara a reação. Estimula todos os moradores a entrar no negócio dos menires para concorrer com Obelix. A confusão aumenta. O ferreiro, o peixeiro, o quitandeiro, todos largam suas tarefas tradicionais para também fabricar menires. Ao entusiasmo geral pela nova atividade, Asterix adiciona um aumento de produtividade através do uso da mais avançada "tecnologia" local: a poção mágica. O resultado são entregas cada vez maiores ao acampamento romano.
A conseqüência é que César começa a se desesperar com a quantidade de menires que chega a Roma. Velhacus o tranqüiliza. Diz que vai estimular a compra de menires, usando um márquetim todo específico: "As pessoas compram, diz ele, A - o que é útil, B - o que é confortável, C - o que é agradável, D - o que causa inveja nos vizinhos. Está no item D o ponto básico da campanha." Propõe a massificação. Cita as qualidades que devem ser ressaltadas: "A - durabilidade, B - ineditismo e C - outras qualidades que ainda vou descobrir" (32-A).
A prancha 34-A mostra Velhacus apresentando a César os produtos que inventou para transformar a posse de menires em moda: Togas com menires bordados, relógios solares com ponteiros em forma de menir, jóias com o mesmo motivo e um estojo "faça você mesmo" com martelo e talhadeira para uso familiar.
Parênteses: É uma idéia comum a de que o capitalismo inventa coisas desnecessárias para serem vendidas. No entanto, esta é uma discussão complexa. Qual o limite entre o que é estritamente necessário e o que passa a ser supérfluo? Muito difícil de determinar. Claro que alimento, vestuário e habitação poderiam ser considerados o nível mais básico. Mas em regiões muito quentes, a nudez total seria a regra? Não é o que se verifica. Mesmo entre indígenas em regiões tropicais, os adereços e acessórios simbólicos fazem parte da vida social. Não há uma relação direta entre necessidade e uso. Além disso, hoje já é muito comum ver tribos inteiras vestidas com roupas urbanas, mesmo que não sejam necessárias devido ao clima. Aí, já entra o fator da dominação cultural.
Em O Capital, ao discutir quanto deve ser a soma dos meios necessários para manter a vida normal de um trabalhador, Marx diz que "a soma dos meios de subsistência deve ser (...) suficiente para manter no nível de vida normal do trabalhador". Mas, adverte que um elemento histórico e moral entra na determinação desse valor. É o caso de indígenas vestidos com camisas do Flamengo, usando relógios de pulso e consumindo bebidas e comidas estranhas à sua tradição e, teoricamente, inadequadas ao ambiente em que vivem.
Mas nem tudo dá certo. Começam a aparecer contradições. Um fabricante romano de menires inicia um movimento protecionista. O fabricante, que se chama Malentendidus, é questionado por César: "Que história é essa?" O fabricante responde: "Os menires gauleses estão colocando em risco a sobrevivência da classe empresarial". César discorda: "Mas quem fabrica são os escravos". Malentendidus: "Justamente! O trabalho duro é o único direito do escravo! Não podemos lhes tirar esse direito!" (34-B e 35-A).
A situação evolui para ações concretas. Uma barreira é colocada na entrada de Roma. Numa faixa está escrito "Menires Gauleses Go Home" (35-B).
Parênteses: Um momento muito feliz dos autores. Primeiro, antecipam em pelo menos 15 anos (o álbum é de 1976) as contradições entre a globalização e os interesses de setores nacionais burgueses. Um famoso representante desses setores é José Bové (2), que é francês e lembra Asterix. Em segundo lugar, os escravos romanos não poderiam ter direitos, pois eram considerados coisas. Do ponto de vista formal e real, equivaliam a animais de tração. Portanto, Goscinny e Uderzo devem estar se referindo aos proletários atuais. Estes acreditam ter direitos. Mas só os têm do ponto de vista formal. Do ponto de vista real, seu único grande direito é o trabalho duro. Basta notar que em tempos de ditadura ou de ataque aos trabalhadores, direitos como o voto ou o salário-desemprego podem ser rapidamente suprimidos. Mas o direito a ser explorado continua valendo, nem que seja de modo informal e precário.
As táticas consumistas de Velhacus perdem fôlego. Menires começam encalhar nos estoques e a ser vendidos em liquidação. "Em cada compra de um escravo, dois menires de graça", diz um anúncio talhado em mármore (37-A).
César pega Velhacus pelos colarinhos, chacoalha e diz: "Foi por sua causa que quase abri falência e quase entramos em guerra civil! Nem mesmo Brutus me prejudicou tanto!" (37-B). Despacha o marqueteiro para a Gália para resolver o problema. Lá chegando, Velhacus simplesmente suspende a compra de menires.
Ao descobrir que os romanos já não querem comprar mais menires, os gauleses começam a se desentender. Uns acusando os outros de concorrência desleal. Mas Asterix lhes faz notar que os verdadeiros culpados são os romanos. Convida-os a acertar tudo com eles. A prancha 43-A mostra Os gauleses entrando numa coluna arrasadora pela fortificação de Babaorum, destruindo tudo e colocando os romanos em fuga. Inclusive, Velhacus.
A cena final é aquela que fecha todas as aventuras de Asterix. Um grande banquete, com muito vinho, os inevitáveis javalis e muita diversão. Só não há música porque o único bardo da aldeia tem uma voz horrível. Durante os banquetes, fica amordaçado e amarrado a uma árvore.
Parênteses de encerramento: Podemos entender a vitória gaulesa sobre a estratégia de Velhacus como a impossibilidade de que relações capitalistas se estabelecessem naquele momento histórico. Ainda citando O Capital, Marx diz que "só aparece o capital quando o possuidor de meios de produção e de subsistência encontra o trabalhador livre no mercado vendendo sua força de trabalho, e esta única condição histórica determina um período da História da humanidade." Essas condições não aparecem nem em Roma, em que a força de trabalho é escrava, nem na aldeia, em que os moradores possuem seus próprios meios de produção (ou de subsistência através da caça e da coleta). Voltando ao exemplo cubano, a ilha governada por Fidel apresenta as duas condições. Força de trabalho assalariada e meios de produção controlados pelo Estado e não pelos trabalhadores.
Mas é claro que os geniais criadores de Asterix não pretendiam qualquer exatidão histórica. O domínio do formato satírico lhes deu liberdade para fazer a crítica de aspectos da atual sociedade capitalista em plena antiguidade romana. E o fizeram de forma magistral através de um material bonito, divertido e fácil de assimilar. Que tal usá-lo em cursos de formação?
Janeiro de 2004
(1) Segundo o dicionário Houaiss, menir é um monumento megalítico do período neolítico, geralmente de forma alongada, altura variável (até cerca de 11 m) e fixado verticalmente no solo. Podia servir de marco astronômico. Também pode representar o totem ou outros espíritos, freqüentemente apresentando traços figurativos.Voltar ao texto.
(2) José Bové é criador de ovelhas e líder da Confederação Camponesa da França. Tornou-se conhecido em 1999 ao liderar a invasão de uma lanchonete McDonald's na França em protesto contra a globalização econômica. No final do mesmo ano, em Seattle, nos Estados Unidos, Bové participou de manifestações contra a Organização Mundial do Comércio (OMC). Participa dos Fóruns Sociais Mundiais. Voltar ao texto
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Fonte: <http://www.midiavigiada.kit.net/quadrinhos/asterix.htm>.
Comparar Obelix e Companhia, de Goscinny e Uderzo, às obras de Marx, Engels, Lênin, Rosa, Trotski, Gramsci, não tem nenhum sentido. Mas, essa pequena obra-prima em quadrinhos merece a atenção de quem luta contra o capitalismo.
"Estamos no ano 50 antes de Cristo. Toda a Gália foi ocupada pelos romanos... Toda? Não! Uma aldeia povoada por irredutíveis gauleses ainda resiste ao invasor. E a vida não é nada fácil para as guarnições de legionários romanos nos campos fortificados de Babaorum, Aquarium, Laudanum, e Petibonum...".
A apresentação acima acompanha todos os álbuns de Asterix, personagem do italiano Albert Uderzo e do francês René Goscinny. A série de 31 álbuns é um dos exemplos do que há de melhor na literatura em quadrinhos.
O que a introdução não explica é que os "irredutíveis" gauleses devem sua invencibilidade a uma poção mágica. A bebida dá aos aldeões uma enorme força física e seus efeitos duram o suficiente para destruir qualquer tentativa romana de conquistar a aldeia. Esta, na verdade, simboliza o nacionalismo francês.
Cada álbum da dupla é uma obra-prima feita de belos traços e cores, humor, roteiro, ironia, conhecimento histórico e muita inteligência. Mas um deles é tudo isso e ainda pode ser usado para mostrar como as relações capitalistas podem corroer laços comunitários de convivência. Trata-se de Obelix e Companhia.
A história começa com a imagem da fortificação de Babaorum, a mais próxima da aldeia gaulesa (Prancha 1-A). As legiões romanas, famosas por sua disciplina e dedicação, estão entregues à mais terrível indisciplina e ao mais completo ócio. Só esperam a chegada das legiões que ficarão em seu lugar. As razões? A desmoralização diante das sucessivas surras tomadas dos gauleses.
Vou fazer algumas observações a que chamarei de parênteses. Os leitores que os acharem desnecessários ou quiserem tirar suas próprias conclusões, podem seguir o texto principal sem prejuízos para a compreensão da história.
Enquanto isso, César, em Roma, está desesperado por uma saída para o impasse diante da aldeia de Asterix. Convocou senadores e patriarcas para aconselhá-lo na tarefa. Dentre estes, está Regius Velhacus, recém formado pelo "reformatório de ensino superior". Ele propõe a César derrotar os gauleses por meios não militares. Através da corrupção pelo ouro. César se interessa.
Mas, um dos presentes discorda. Diz que o melhor ainda é a boa e velha força bruta. Ao ouvir isso, César diz a ele: "Sim, Pediculus, eu me lembro! Você era um jovem tribuno corajoso, audaz, até pensava nos problemas do povo...Agora, com o ouro dos saques, veja em que você se transformou!" Depois, dirigindo-se a todos: "Sim! Vejam o que o ouro, as vilas, as orgias, as comissões na compra de armas fizeram de vocês! Gordos e decadentes!..." (Prancha 9-A)
César vira-se para Velhacus e pergunta: "Você acha que pode transformar aqueles gauleses em algo parecido com isso?", apontando para os gordos patriarcas. A resposta: "Pode crer! Eles vão lutar por outra coisa e nunca mais para defender sua aldeia!" (9-B).
Os primeiros parênteses: há, nos Estados Unidos, quem defenda um modo mais eficiente de acabar com o regime cubano do que o embargo econômico. Bastaria estabelecer as mais amplas relações comerciais com a ilha. O efeito corrosivo da presença dos produtos capitalistas mais avançados colocaria por terra um sistema de poder que usa como pretexto a penúria a que o povo cubano foi condenado pela brutalidade norte-americana. Esta aventura de Asterix poderia dar razão à tese.
Velhacus parte para a Gália. Por acaso, encontra Obelix na floresta que separa a fortificação romana da aldeia gaulesa. Como sempre, o grande gaulês carrega um menir (1) de sua própria fabricação. Velhacus encontra o pretexto para por seu plano em ação. Compra o menir e pede para entregar mais um na fortificação romana no dia seguinte. Obelix faz mais um menir e o leva a Velhacus. Este lhe diz que vai pagar o dobro do que pagara pelo anterior. Diante do espanto de Obelix, o romano explica as razões do aumento nos seguintes termos: "... problemas de da economia, fluxo de oferta e demanda...reversão atípica das expectativas. Flutuação cambial...é complicado" (13-A).
Javali é o prato preferido na aldeia e o único item na gordurosa dieta de Obelix. Mas com o aumento das encomendas de menires, Obelix já não tem tempo para caçar. Se vê obrigado a oferecer dinheiro a um outro aldeão, Analgesix, para caçar javalis para ele.
Asterix estranha a intensa produção de menires e questiona Obelix. Este dá sua explicação nos termos em que aprendeu a pensar com Velhacus: "...Se a demanda for igual à quantidade de bens produzidos, divididos pela quantidade de moeda boa, multiplicada pela quantidade de moeda má que sai de circulação, os preços cairão" (15-B).
A vida da aldeia começa a entrar em colapso. Obelix recebe cada vez mais dinheiro de Velhacus. Passa a contratar gente para ajudá-lo na fabricação de menires. Ao mesmo tempo, outros aldeões são desviados de suas funções normais para caçar javalis. Estes são vendidos para quem não tem tempo de caçar por estar trabalhando para Obelix.
Ao sair para caçar, Asterix descobre que a floresta está apinhada de caçadores de javalis devido ao surgimento da troca de javalis por dinheiro.
As relações conjugais também não vão bem. Uma das mulheres da aldeia se insinua para Obelix, uma vez que ele comprou todo os belos tecidos do mercador que visita a aldeia regularmente. Obelix a contrata para fazer-lhe uma roupa. O marido cobra o almoço. Mas ela se nega a preparar a refeição porque está costurando para Obelix. "Como não posso contar com você, preciso arranjar um meio de ganhar dinheiro", diz ela. (23-B e 24-A).
Mais parênteses: o enredo mostra como a forma de troca de mercadorias entre os aldeões vai se alterando. Antes eram trocas entre produtores diferentes. O peixeiro comprava do ferreiro, mas este também seria fornecedor do peixeiro, quando ele precisasse de uma nova balança ou de facas. O dinheiro está presente, mas seu caráter intermediário é mais claro. Com a especialização da aldeia na fabricação de menires, todo o resto começa a girar em sua órbita. Já não circulam produtos e serviços através do dinheiro, mas dinheiro através de produtos e serviços. Há uma passagem de O Capital, de Marx que diz: "... uma mercadoria não se torna dinheiro somente porque todas as outras nela representam seu valor, mas, ao contrário, todas as demais nela expressam seus valores, porque ela é dinheiro. Ao se atingir o resultado final, a fase intermediária desaparece sem deixar vestígios. (...) Ouro e prata já saem das entranhas da terra como encarnação direta de todo trabalho humano. Daí a magia do dinheiro."
Asterix sente que está em andamento um plano para desunir a aldeia. Prepara a reação. Estimula todos os moradores a entrar no negócio dos menires para concorrer com Obelix. A confusão aumenta. O ferreiro, o peixeiro, o quitandeiro, todos largam suas tarefas tradicionais para também fabricar menires. Ao entusiasmo geral pela nova atividade, Asterix adiciona um aumento de produtividade através do uso da mais avançada "tecnologia" local: a poção mágica. O resultado são entregas cada vez maiores ao acampamento romano.
A conseqüência é que César começa a se desesperar com a quantidade de menires que chega a Roma. Velhacus o tranqüiliza. Diz que vai estimular a compra de menires, usando um márquetim todo específico: "As pessoas compram, diz ele, A - o que é útil, B - o que é confortável, C - o que é agradável, D - o que causa inveja nos vizinhos. Está no item D o ponto básico da campanha." Propõe a massificação. Cita as qualidades que devem ser ressaltadas: "A - durabilidade, B - ineditismo e C - outras qualidades que ainda vou descobrir" (32-A).
A prancha 34-A mostra Velhacus apresentando a César os produtos que inventou para transformar a posse de menires em moda: Togas com menires bordados, relógios solares com ponteiros em forma de menir, jóias com o mesmo motivo e um estojo "faça você mesmo" com martelo e talhadeira para uso familiar.
Parênteses: É uma idéia comum a de que o capitalismo inventa coisas desnecessárias para serem vendidas. No entanto, esta é uma discussão complexa. Qual o limite entre o que é estritamente necessário e o que passa a ser supérfluo? Muito difícil de determinar. Claro que alimento, vestuário e habitação poderiam ser considerados o nível mais básico. Mas em regiões muito quentes, a nudez total seria a regra? Não é o que se verifica. Mesmo entre indígenas em regiões tropicais, os adereços e acessórios simbólicos fazem parte da vida social. Não há uma relação direta entre necessidade e uso. Além disso, hoje já é muito comum ver tribos inteiras vestidas com roupas urbanas, mesmo que não sejam necessárias devido ao clima. Aí, já entra o fator da dominação cultural.
Em O Capital, ao discutir quanto deve ser a soma dos meios necessários para manter a vida normal de um trabalhador, Marx diz que "a soma dos meios de subsistência deve ser (...) suficiente para manter no nível de vida normal do trabalhador". Mas, adverte que um elemento histórico e moral entra na determinação desse valor. É o caso de indígenas vestidos com camisas do Flamengo, usando relógios de pulso e consumindo bebidas e comidas estranhas à sua tradição e, teoricamente, inadequadas ao ambiente em que vivem.
Mas nem tudo dá certo. Começam a aparecer contradições. Um fabricante romano de menires inicia um movimento protecionista. O fabricante, que se chama Malentendidus, é questionado por César: "Que história é essa?" O fabricante responde: "Os menires gauleses estão colocando em risco a sobrevivência da classe empresarial". César discorda: "Mas quem fabrica são os escravos". Malentendidus: "Justamente! O trabalho duro é o único direito do escravo! Não podemos lhes tirar esse direito!" (34-B e 35-A).
A situação evolui para ações concretas. Uma barreira é colocada na entrada de Roma. Numa faixa está escrito "Menires Gauleses Go Home" (35-B).
Parênteses: Um momento muito feliz dos autores. Primeiro, antecipam em pelo menos 15 anos (o álbum é de 1976) as contradições entre a globalização e os interesses de setores nacionais burgueses. Um famoso representante desses setores é José Bové (2), que é francês e lembra Asterix. Em segundo lugar, os escravos romanos não poderiam ter direitos, pois eram considerados coisas. Do ponto de vista formal e real, equivaliam a animais de tração. Portanto, Goscinny e Uderzo devem estar se referindo aos proletários atuais. Estes acreditam ter direitos. Mas só os têm do ponto de vista formal. Do ponto de vista real, seu único grande direito é o trabalho duro. Basta notar que em tempos de ditadura ou de ataque aos trabalhadores, direitos como o voto ou o salário-desemprego podem ser rapidamente suprimidos. Mas o direito a ser explorado continua valendo, nem que seja de modo informal e precário.
As táticas consumistas de Velhacus perdem fôlego. Menires começam encalhar nos estoques e a ser vendidos em liquidação. "Em cada compra de um escravo, dois menires de graça", diz um anúncio talhado em mármore (37-A).
César pega Velhacus pelos colarinhos, chacoalha e diz: "Foi por sua causa que quase abri falência e quase entramos em guerra civil! Nem mesmo Brutus me prejudicou tanto!" (37-B). Despacha o marqueteiro para a Gália para resolver o problema. Lá chegando, Velhacus simplesmente suspende a compra de menires.
Ao descobrir que os romanos já não querem comprar mais menires, os gauleses começam a se desentender. Uns acusando os outros de concorrência desleal. Mas Asterix lhes faz notar que os verdadeiros culpados são os romanos. Convida-os a acertar tudo com eles. A prancha 43-A mostra Os gauleses entrando numa coluna arrasadora pela fortificação de Babaorum, destruindo tudo e colocando os romanos em fuga. Inclusive, Velhacus.
A cena final é aquela que fecha todas as aventuras de Asterix. Um grande banquete, com muito vinho, os inevitáveis javalis e muita diversão. Só não há música porque o único bardo da aldeia tem uma voz horrível. Durante os banquetes, fica amordaçado e amarrado a uma árvore.
Parênteses de encerramento: Podemos entender a vitória gaulesa sobre a estratégia de Velhacus como a impossibilidade de que relações capitalistas se estabelecessem naquele momento histórico. Ainda citando O Capital, Marx diz que "só aparece o capital quando o possuidor de meios de produção e de subsistência encontra o trabalhador livre no mercado vendendo sua força de trabalho, e esta única condição histórica determina um período da História da humanidade." Essas condições não aparecem nem em Roma, em que a força de trabalho é escrava, nem na aldeia, em que os moradores possuem seus próprios meios de produção (ou de subsistência através da caça e da coleta). Voltando ao exemplo cubano, a ilha governada por Fidel apresenta as duas condições. Força de trabalho assalariada e meios de produção controlados pelo Estado e não pelos trabalhadores.
Mas é claro que os geniais criadores de Asterix não pretendiam qualquer exatidão histórica. O domínio do formato satírico lhes deu liberdade para fazer a crítica de aspectos da atual sociedade capitalista em plena antiguidade romana. E o fizeram de forma magistral através de um material bonito, divertido e fácil de assimilar. Que tal usá-lo em cursos de formação?
Janeiro de 2004
(1) Segundo o dicionário Houaiss, menir é um monumento megalítico do período neolítico, geralmente de forma alongada, altura variável (até cerca de 11 m) e fixado verticalmente no solo. Podia servir de marco astronômico. Também pode representar o totem ou outros espíritos, freqüentemente apresentando traços figurativos.Voltar ao texto.
(2) José Bové é criador de ovelhas e líder da Confederação Camponesa da França. Tornou-se conhecido em 1999 ao liderar a invasão de uma lanchonete McDonald's na França em protesto contra a globalização econômica. No final do mesmo ano, em Seattle, nos Estados Unidos, Bové participou de manifestações contra a Organização Mundial do Comércio (OMC). Participa dos Fóruns Sociais Mundiais. Voltar ao texto
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Fonte: <http://www.midiavigiada.kit.net/quadrinhos/asterix.htm>.
quarta-feira, 7 de março de 2018
Superman e Stalin, em defesa do capitalismo
No ano em que se completaram 50 anos da morte de Stalin, um gibi coloca do mesmo lado o ditador soviético e o super-herói que mais simboliza a ditadura "democrática" dos Estados Unidos. O que eles teriam em comum? A defesa dos mecanismos de funcionamento do capitalismo.
Para quem não sabe, ou não se lembra, Stalin quer dizer "Homem de Aço", em russo. Este também é o outro nome pelo qual é conhecido o Superman. O super-herói mais famoso dos quadrinhos, criado por Jerry Siegel e Joe Shuster, em 1938. A partir dessa aparente coincidência, Mark Millar escreveu e Dave Johnson desenhou "Superman, entre a foice o martelo". A revista foi lançada pela DC Comics no Brasil, em junho passado, em três edições.
Vou fazer algumas observações a que chamarei de parênteses. Os leitores que os acharem desnecessários ou quiserem tirar suas próprias conclusões, podem seguir o texto principal sem prejuízos para a compreensão da história.
Um parêntese, pra começar: por que um militante comunista escolheria para si o apelido de Homem de Aço? Um revolucionário socialista precisa ser firme na defesa de seus princípios. Mas firmeza não é incapacidade de ser flexível. Um militante socialista que quer fazer a revolução tem que ganhar milhões de pessoas para isso. E não se ganha milhões sem arrancá-los da dominação ideológica da burguesia. Para isso, não adianta recitar palavras-de-ordem ou trechos do manifesto comunista. Algo assim pode até funcionar para alguns, muito poucos. O problema é que a grande maioria das pessoas enxerga o mundo tal como a burguesia o apresenta. Se era assim quando existiam apenas jornais de papel, no começo do século passado, imagine hoje, com rádio, tevê, internete. E para fazer essa disputa é preciso tratar aqueles que queremos ganhar para a revolução com respeito por sua capacidade de compreensão. Não se trata de rebaixar nossa discussão para colocá-la ao alcance dos pobres mortais. Trata-se de conhecer a realidade do povo para aprender com ela. Convidar seus melhores filhos a aproveitarmos juntos as contradições que a vida pobre e explorada nos apresenta para dela nos livrar. Mostrar-lhes que há uma tradição de luta com homens e mulheres que já percorreram esse caminho e avançaram passos importantes nele. Convencê-los a seguir conosco esses passos em direção à destruição das condições que fazem a vida tão pobre e explorada. Nada disso combina com a visão de um militante duro e inflexível. Na verdade, a escolha que Stalin fez sobre seu apelido mostra muito do que se tornaria sua idéia falsa e terrível de socialismo.
O Superman soviético é uma espécie de versão invertida do Superman ianque. Na história criada por Siegel e Shuster, o super ser caiu do espaço em uma espaçonave na zona rural dos Estados Unidos. Ainda bebê, foi encontrado por um casal de humildes lavradores, que o criou como seu filho. Na história de Millar, a espaçonave vai parar numa fazenda coletiva da Ucrânia, em plena ditadura stalinista. Seus pais de criação são camponeses dedicados ao que eles pensam ser a causa comunista.
O Superman adulto é o grande ídolo do povo soviético. Na mesma lógica invertida de Millar, Lex Luthor continua sendo seu maior rival, mas é também um ídolo nos Estados Unidos. Um vencedor nos negócios e na ciência. Um exemplo disso é a cena em que aparece pela primeira vez. Luthor está lendo "O Príncipe", de Maquiavel, enquanto joga xadrez com cinco adversários. Ao mesmo tempo, ouve música num gravador que projetou durante uma passagem pelo banheiro, naquela manhã. Invertendo de novo, Lois Lane é sua mulher.
Neste jogo de espelhos, Batman também é russo e teve seus pais mortos pelos carrascos de Stalin. Torna-se um rebelde anarquista. Vive fazendo atentados contra as autoridades soviéticas, com bombas e assassinatos.
Se o Superman é força e decência, Lex Luthor é inteligência e pragmatismo. Mas, ao contrário da história real, não é a América de Luthor que sai vitoriosa. Depois de relutar muito, Superman aceita ficar no lugar de Stalin. E quando o Homem de Aço completa 63 anos de idade, "o mundo tinha quase 6 bilhões de comunistas", segundo narração feita por ele mesmo. E completa: "Moscou operava com a mesma precisão de relógio suíço evidente em todas as outras vilas e cidades de nossa União Soviética Global".
Outro parêntese: a oposição entre os modos de vida soviético e ianque é apenas aparente. O sistema soviético seria pesado, autoritário, mas digno. Pelo menos, ele garantia a todos, emprego, saúde, educação. O modo de vida norte-americano, seria o contrário. Há liberdade e democracia, mas cada cidadão tem que saber utilizar esses valores para se dar bem. Pode haver pobreza, desemprego e injustiça, mas só para quem não souber utilizar sua inteligência e capacidade de trabalho. De fato, os dois sistemas operavam sob a mesma lógica. Ambos mantinham a separação entre o trabalhador e seu instrumento de trabalho. Num, eram os patrões que controlavam os meios de produção. No outro, era o Estado. Portanto, nos dois havia exploração. Havia extração de mais-valia. O fato de que no sistema soviético, não havia a figura jurídica da propriedade privada dos meios de produção não muda nada neste aspecto. Apenas no aspecto político e social. A classe que explora os trabalhadores está disfarçada de burocracia. Está travestida de Estado Operário.
Por outro lado, num dado momento, Superman especula sobre o papel de Lex Luthor. "Talvez,ele existisse para me manter sob controle...". Exatamente o que aconteceu durante o período da Guerra Fria. As duas superpotências aceitaram um jogo arriscado. Um cabo-de-guerra que, felizmente, não se rompeu. Caso contrário, já não estaríamos aqui. A pergunta é, pode um país que se afirmava socialista aceitar um jogo como este? Não. Ameaçar a humanidade com bombas atômicas nada tem a ver com o princípio de libertação e luta pela paz definitiva que está na base da causa socialista.
É ainda Superman que diz: "Não havia adulto sem emprego. Todas as crianças gozavam de um hobby e a população inteira desfrutava das oito horas completas de sono que seus corpos requeriam".
No Superman original, outro de seus grandes inimigos é Brainiac. Trata-se de um alienígena com enormes poderes mentais, que acabou sendo aprisionado pelo Homem de Aço em um corpo robótico. Mas, na versão de Millar, Brainiac ajuda Superman a administrar o mundo. As providências do mecanismo aumentaram a expectativa de vida para 120 anos. Os suicídios estão em queda porque Brainiac colocou hidrocloreto de fluoxetina no fornecimento de água.
Terceiro parêntese: nada disso tem alguma coisa a ver com socialismo ou comunismo. A começar pela necessidade de um super-ser para dirigir a sociedade. Tal idéia está bem presente em todas as ditaduras. A idéia do homem superior governando os comuns. Além disso, o ideal do comunismo não é dar a cada pessoa um emprego. Trata-se de proporcionar a cada um a oportunidade de agir e se relacionar criativamente com a natureza e com as pessoas, através de um trabalho livre das imposições da sobrevivência. Algo levemente parecido com o que conhecemos hoje por atividade artística. A solução de Brainiac para o suicídio faz um feliz contraponto a essa imagem errada da utopia. Hidrocloreto de fluoxetina é o princípio ativo de um medicamento que, nos anos 90, foi considerado o Viagra da depressão. A idéia de que os conflitos existenciais serão resolvidos quimicamente é feia demais para ser utópica.
Toda essa obra foi conseguida com um novo estilo de governar. Sucessor de Stalin, Superman não quer manter seus métodos. Por exemplo, diante da sugestão de matar o subversivo Batman, Superman se mostra indignado. "A utopia não vai ser erguida sobre os ossos de meus oponentes. Essa era a maneira de agir do camarada Stalin, não minha".
O novo Homem de Aço toma a si a tarefa de consertar o mundo, com o mínimo de violência possível. Quase um governo pelo convencimento. Stalin também fazia uso do convencimento. Mas, não hesitava em exterminar quem se recusava a ser convencido.
Quarto parêntese: Ainda há os que acreditam que Stalin mandou matar milhares para defender as conquistas da revolução. Se isso for verdade, trata-se de um indivíduo, sem dúvida, de poderes sobrenaturais. Afinal, entre os mortos, estão praticamente todos os seus companheiros de revolução. Camaradas, no mínimo, acima da média. De todos os membros do Comitê Central do Partido de 1923, somente Stalin e Molotov sobrevieram aos anos 1930. Eis a lista dos mortos e suas causas: Lênin teve morte natural. Kamenev, Zinoviev, Bukharin, Rykov e Trotsky foram mortos a mando de Stalin. Tomsky se suicidiou, temendo ser preso. E não só isso, no outono de 1929 havia 60 mil prisioneiros em campos de concentração. Em Meados de 1930, 600 mil. Em 1932, cerca de 2 milhões. Todos traidores? Não. Era a máquina de poder dirigida por Stalin em pleno funcionamento.
A única exceção nesta situação utópica é a América. Uma zona de guerra que recusa a ajuda econômica soviética, com 350 milhões de pessoas à beira da morte por desnutrição. Mas o país que teima em permanecer em situação caótica é governada por Lex Luthor. E o velho inimigo de Superman não desistiu de vencer sua guerra contra o Homem de Aço.
Como presidente dos Estados Unidos, Luthor cortou relações diplomáticas do país com o resto do mundo. Criou um rígido mercado interno, onde exercia controle absoluto sobre todas as cédulas de dólar. Qualquer semelhança com os paises do bloco soviético na vida real não é mera coincidência. A diferença é que tudo isso fazia parte de um plano.
Enquanto o Superman calculava que o colapso da economia norte-americana viria a qualquer momento, Luthor preparava seu plano. As providências que tomou na esfera econômica estavam tornando o país rapidamente próspero. Além disso, havia desenvolvido armas poderosas para enfrentar os poderes de Superman.
Quinto parêntese: um vilão como Luthor governando os Estados Unidos é muito adequado. Afinal, o que é Bush? Sua primeira eleição foi uma fraude clara. Na segunda eleição, funcionaram os mecanismos de restrição do voto. A maioria dos negros, hispânicos e pobres teve grandes dificuldades em votar. Dos que votaram, a grande maioria era rica, branca e conservadora. Além disso, não há pluripartidarismo, nem votação direta para presidente. Na verdade, há um único partido com duas alas. A republicana e a democrática. A legislação sufoca o crescimento de outros partidos. E ainda tem o Colégio Eleitoral, que elege o presidente. Quando os eleitores americanos vão votar é para eleger delegados para esse Colégio Eleitoral. Mas, só o partido único da burguesia elege delegados e define qual o melhor representante de seus interesses. Uma democracia de cartas marcadas. A mais acabada ditadura do Capital.
O momento em que a economia ianque deveria desabar não veio. Superman é, então, avisado por Brainiac sobre os planos de Lex. Diz que os Estados Unidos são a única ameaça ao que construíram juntos. Quer que o Homem de Aço ordene a destruição do país. Superman novamente se recusa a resolver o problema pela força bruta.
Lex Luthor aparece de surpresa. Invadiu a fortaleza do Homem de Aço. Diz que seu plano de ataque e destruição do poder soviético está em andamento. Brainiac não tem dúvidas. Captura Lex e o prende no interior de seu próprio corpo robótico.
Começam os ataques preparados por Luthor. Finalmente, Superman se convence a atacar os Estados Unidos. As forças norte-americanas começam a ser derrotadas. Uma legião de super monstros criados por Lex é destruída sem dificuldades por Superman. Começa o contra-ataque soviético.
As forças soviéticas avançam pelo território ianque. Superman se aproxima da Casa Branca e encontra Lois Lane na sacada. Lois diz que os Estados Unidos são o seu lar e não vai abandoná-lo. O Homem de Aço explica que os Estados Unidos já não existem mais. As forças soviéticas destruíram seus exércitos e Luthor está preso. Lois responde que ainda há uma bala no arsenal dos americanos. Trata-se de uma carta deixada por Luthor para que ele leia. Está no bolso do casaco dela. Lois Pede a Superman para ler o documento com sua visão de raios-X. O Homem de Aço obedece. Seus olhos lacrimejam. Ele cai de joelhos chorando e se lamentando: "Oh, meu Deus! O que foi que eu fiz. Tudo o que eu queria era pôr um fim nas guerras e na fome..." Lois fica surpresa. Abre a carta e lê: "Por que você não põe o mundo todo numa garrafa, Superman?".
A carta de Lex colocou Superman num conflito moral. Diz a Brainiac que ele não passa de uma espécie alienígena violentando uma espécie menos desenvolvida. Isso não seria moralmente justificável. Por isso, resolve deixar tudo. Sair do planeta e da vida de seus habitantes. Brainiac diz que negar aos seres humanos a utopia perfeita é que não seria moralmente justificável. A máquina resolve se revoltar contra Superman. Vai continuar e completar o trabalho. Ataca o Superman com raios verdes. Provavelmente, kriptonita, único material capaz de destruir o Homem de Aço, na Terra.
Sexto parêntese: a discussão aqui é muito feliz. Trata-se da idéia de que o socialismo, a justiça social, a construção de um mundo melhor, podem ser impostos de cima para baixo. Impossível. A idéia de justiça social é o oposto da afirmação de hierarquias. Estas são incompatíveis com a compreensão de que os seres humanos são potencialmente iguais em suas capacidades e radicalmente diferentes em suas possibilidades. Não se trata de acabar com as hierarquias de um dia para o outro. Trata-se de lutar contra seu fortalecimento em nome da liberdade. Esta é a mais perigosa forma de mantê-las e reforçá-las. Luthor não representa a liberdade. Ao contrário, tem convicção de que a injustiça é o estado natural da humanidade. Por isso, pega o Homem de Aço no contrapé. Da mesma forma que o sistema soviético foi pego no contrapé. As populações do bloco soviético suportaram a repressão e a opressão por muito tempo, em nome de conquistas materiais básicas. Quando ficou claro que tanta repressão não garantia nem mesmo isso, o capitalismo jogou suas iscas: seria melhor ter liberdade com alguma chance de fugir da pobreza, do que a certeza da pobreza sem liberdade alguma. Infelizmente, os povos do bloco soviético descobriram que só passaram a ser dominados e explorados por outra forma de capitalismo.
Quando parecia ser o fim do super-herói, uma surpresa. A captura de Lex Luthor pela máquina era parte dos planos do vilão. Dentro das tripas artificiais de Brainiac, Luthor toma o controle da máquina. Detém o ataque ao Homem de Aço. Mas, a máquina tem um dispositivo de segurança. Uma bomba poderosa é colocada em ação. Pode destruir todo o sistema solar. Somente o Superman pode levar a explosivo para longe da Terra. E ele o faz. Mas no caminho, deduz que esta é mais uma jogada de Luthor. A bomba foi acionada por ele mesmo para dar a chance de que o Superman precisava para abandonar o planeta em grande estilo. A explosão faz parecer que o Homem de Aço morrera para salvar a Terra. Superman agradece e sai de cena.
Último parêntese: um leitor mais delirante veria na estratégia de Luthor algo parecido com a idéia de que é possível modificar o sistema por dentro. Deixar-se engolir por Brainiac seria como eleger muitos parlamentares e governantes de esquerda. Eles iriam apresentar leis ou fazer políticas para ir mudando o sistema aos poucos. Até que chegássemos suavemente ao socialismo. Se o gibi tivesse terminado por aí, estaria demonstrado que o tal "sistema" é um mecanismo que não aceita sabotagens por dentro. Na verdade, mostraria que o verdadeiro sujeito da atual sociedade é um mecanismo. É o capital. É por isso que Marx batizou sua maior obra com o nome de "O Capital". Não chamou de "Os capitalistas" ou "A burguesia". Trata-se de um mecanismo posto em andamento que escraviza todos os seres humanos. Mesmo, os patrões, sempre às voltas com a necessidade de manter altas taxas de lucro para não naufragarem. Claro que a deles, é uma doce escravidão. O fato é que esta máquina não foi desativada após a revolução russa. Ao contrário, ganhou novo impulso quando a nascente experiência socialista se transformou em Estado socialista. Quando tudo o mais ficou subordinado à preservação de um governo que se intitulou comunista. Neste momento, o caminho passou a ser feito por dentro do "sistema". Por dentro do mercado capitalista mundial, aceitando as regras da competição capitalista, acelerando a industrialização segundo os moldes capitalistas. Uma corrida louca para frente que atropelou e matou milhões de russos e de outros habitantes do Leste Europeu. O final da corrida foi conhecido em 1991. A União Soviética desapareceu, mas o capitalismo continuou. Não é à toa que a grande maioria dos funcionários da antiga máquina burocrática russa são hoje os empresários e mafiosos que controlam a economia. O final que Millar dá a sua história parece confirmar isso. É conservador, se o interpretarmos como impossibilidade de mudanças. Pode ser melhor que isso, se o interpretarmos como a negação de que a liberdade humana possa vir de cima para baixo. Voltará a se repetir, trocando apenas de autoridades e exploradores.
Agora, é Lex Luthor que reina absoluto. O planeta progride através de milhares de séculos. A linhagem Luthor segue governando e fazendo seu povo feliz. O bisneto de Luthor é Jor-L. Um jovem talentoso, que descobre o triste destino da Terra. O Sol está morrendo. A estrela está ficando vermelha e se expandindo. Vai engolir a Terra e os outros planetas. Ninguém acredita em Jor-L. Sabendo que a catástrofe não vai demorar, quer salvar seu único filho, ainda bebê. Cria uma nave espacial para enviar a criança para longe. Não no espaço, mas no tempo. Envia o pequeno Kal-L para o passado. Quer que a criança volte para mudar os destinos do mundo. A nave, com o bebê, cai em uma fazenda da Ucrânia em 1938. A história recomeça.
Dezembro de 2004
Livros consultados:
"State Capitalism in Russia", de Toni Cliff.
"Russia, class and power - 1917 - 2000", de Mike Haynes.
"El partido bolchevique", de Pierre Broué.
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Fonte: <http://www.midiavigiada.kit.net/quadrinhos/superstalin.htm>.
Para quem não sabe, ou não se lembra, Stalin quer dizer "Homem de Aço", em russo. Este também é o outro nome pelo qual é conhecido o Superman. O super-herói mais famoso dos quadrinhos, criado por Jerry Siegel e Joe Shuster, em 1938. A partir dessa aparente coincidência, Mark Millar escreveu e Dave Johnson desenhou "Superman, entre a foice o martelo". A revista foi lançada pela DC Comics no Brasil, em junho passado, em três edições.
Vou fazer algumas observações a que chamarei de parênteses. Os leitores que os acharem desnecessários ou quiserem tirar suas próprias conclusões, podem seguir o texto principal sem prejuízos para a compreensão da história.
Um parêntese, pra começar: por que um militante comunista escolheria para si o apelido de Homem de Aço? Um revolucionário socialista precisa ser firme na defesa de seus princípios. Mas firmeza não é incapacidade de ser flexível. Um militante socialista que quer fazer a revolução tem que ganhar milhões de pessoas para isso. E não se ganha milhões sem arrancá-los da dominação ideológica da burguesia. Para isso, não adianta recitar palavras-de-ordem ou trechos do manifesto comunista. Algo assim pode até funcionar para alguns, muito poucos. O problema é que a grande maioria das pessoas enxerga o mundo tal como a burguesia o apresenta. Se era assim quando existiam apenas jornais de papel, no começo do século passado, imagine hoje, com rádio, tevê, internete. E para fazer essa disputa é preciso tratar aqueles que queremos ganhar para a revolução com respeito por sua capacidade de compreensão. Não se trata de rebaixar nossa discussão para colocá-la ao alcance dos pobres mortais. Trata-se de conhecer a realidade do povo para aprender com ela. Convidar seus melhores filhos a aproveitarmos juntos as contradições que a vida pobre e explorada nos apresenta para dela nos livrar. Mostrar-lhes que há uma tradição de luta com homens e mulheres que já percorreram esse caminho e avançaram passos importantes nele. Convencê-los a seguir conosco esses passos em direção à destruição das condições que fazem a vida tão pobre e explorada. Nada disso combina com a visão de um militante duro e inflexível. Na verdade, a escolha que Stalin fez sobre seu apelido mostra muito do que se tornaria sua idéia falsa e terrível de socialismo.
O Superman soviético é uma espécie de versão invertida do Superman ianque. Na história criada por Siegel e Shuster, o super ser caiu do espaço em uma espaçonave na zona rural dos Estados Unidos. Ainda bebê, foi encontrado por um casal de humildes lavradores, que o criou como seu filho. Na história de Millar, a espaçonave vai parar numa fazenda coletiva da Ucrânia, em plena ditadura stalinista. Seus pais de criação são camponeses dedicados ao que eles pensam ser a causa comunista.
O Superman adulto é o grande ídolo do povo soviético. Na mesma lógica invertida de Millar, Lex Luthor continua sendo seu maior rival, mas é também um ídolo nos Estados Unidos. Um vencedor nos negócios e na ciência. Um exemplo disso é a cena em que aparece pela primeira vez. Luthor está lendo "O Príncipe", de Maquiavel, enquanto joga xadrez com cinco adversários. Ao mesmo tempo, ouve música num gravador que projetou durante uma passagem pelo banheiro, naquela manhã. Invertendo de novo, Lois Lane é sua mulher.
Neste jogo de espelhos, Batman também é russo e teve seus pais mortos pelos carrascos de Stalin. Torna-se um rebelde anarquista. Vive fazendo atentados contra as autoridades soviéticas, com bombas e assassinatos.
Se o Superman é força e decência, Lex Luthor é inteligência e pragmatismo. Mas, ao contrário da história real, não é a América de Luthor que sai vitoriosa. Depois de relutar muito, Superman aceita ficar no lugar de Stalin. E quando o Homem de Aço completa 63 anos de idade, "o mundo tinha quase 6 bilhões de comunistas", segundo narração feita por ele mesmo. E completa: "Moscou operava com a mesma precisão de relógio suíço evidente em todas as outras vilas e cidades de nossa União Soviética Global".
Outro parêntese: a oposição entre os modos de vida soviético e ianque é apenas aparente. O sistema soviético seria pesado, autoritário, mas digno. Pelo menos, ele garantia a todos, emprego, saúde, educação. O modo de vida norte-americano, seria o contrário. Há liberdade e democracia, mas cada cidadão tem que saber utilizar esses valores para se dar bem. Pode haver pobreza, desemprego e injustiça, mas só para quem não souber utilizar sua inteligência e capacidade de trabalho. De fato, os dois sistemas operavam sob a mesma lógica. Ambos mantinham a separação entre o trabalhador e seu instrumento de trabalho. Num, eram os patrões que controlavam os meios de produção. No outro, era o Estado. Portanto, nos dois havia exploração. Havia extração de mais-valia. O fato de que no sistema soviético, não havia a figura jurídica da propriedade privada dos meios de produção não muda nada neste aspecto. Apenas no aspecto político e social. A classe que explora os trabalhadores está disfarçada de burocracia. Está travestida de Estado Operário.
Por outro lado, num dado momento, Superman especula sobre o papel de Lex Luthor. "Talvez,ele existisse para me manter sob controle...". Exatamente o que aconteceu durante o período da Guerra Fria. As duas superpotências aceitaram um jogo arriscado. Um cabo-de-guerra que, felizmente, não se rompeu. Caso contrário, já não estaríamos aqui. A pergunta é, pode um país que se afirmava socialista aceitar um jogo como este? Não. Ameaçar a humanidade com bombas atômicas nada tem a ver com o princípio de libertação e luta pela paz definitiva que está na base da causa socialista.
É ainda Superman que diz: "Não havia adulto sem emprego. Todas as crianças gozavam de um hobby e a população inteira desfrutava das oito horas completas de sono que seus corpos requeriam".
No Superman original, outro de seus grandes inimigos é Brainiac. Trata-se de um alienígena com enormes poderes mentais, que acabou sendo aprisionado pelo Homem de Aço em um corpo robótico. Mas, na versão de Millar, Brainiac ajuda Superman a administrar o mundo. As providências do mecanismo aumentaram a expectativa de vida para 120 anos. Os suicídios estão em queda porque Brainiac colocou hidrocloreto de fluoxetina no fornecimento de água.
Terceiro parêntese: nada disso tem alguma coisa a ver com socialismo ou comunismo. A começar pela necessidade de um super-ser para dirigir a sociedade. Tal idéia está bem presente em todas as ditaduras. A idéia do homem superior governando os comuns. Além disso, o ideal do comunismo não é dar a cada pessoa um emprego. Trata-se de proporcionar a cada um a oportunidade de agir e se relacionar criativamente com a natureza e com as pessoas, através de um trabalho livre das imposições da sobrevivência. Algo levemente parecido com o que conhecemos hoje por atividade artística. A solução de Brainiac para o suicídio faz um feliz contraponto a essa imagem errada da utopia. Hidrocloreto de fluoxetina é o princípio ativo de um medicamento que, nos anos 90, foi considerado o Viagra da depressão. A idéia de que os conflitos existenciais serão resolvidos quimicamente é feia demais para ser utópica.
Toda essa obra foi conseguida com um novo estilo de governar. Sucessor de Stalin, Superman não quer manter seus métodos. Por exemplo, diante da sugestão de matar o subversivo Batman, Superman se mostra indignado. "A utopia não vai ser erguida sobre os ossos de meus oponentes. Essa era a maneira de agir do camarada Stalin, não minha".
O novo Homem de Aço toma a si a tarefa de consertar o mundo, com o mínimo de violência possível. Quase um governo pelo convencimento. Stalin também fazia uso do convencimento. Mas, não hesitava em exterminar quem se recusava a ser convencido.
Quarto parêntese: Ainda há os que acreditam que Stalin mandou matar milhares para defender as conquistas da revolução. Se isso for verdade, trata-se de um indivíduo, sem dúvida, de poderes sobrenaturais. Afinal, entre os mortos, estão praticamente todos os seus companheiros de revolução. Camaradas, no mínimo, acima da média. De todos os membros do Comitê Central do Partido de 1923, somente Stalin e Molotov sobrevieram aos anos 1930. Eis a lista dos mortos e suas causas: Lênin teve morte natural. Kamenev, Zinoviev, Bukharin, Rykov e Trotsky foram mortos a mando de Stalin. Tomsky se suicidiou, temendo ser preso. E não só isso, no outono de 1929 havia 60 mil prisioneiros em campos de concentração. Em Meados de 1930, 600 mil. Em 1932, cerca de 2 milhões. Todos traidores? Não. Era a máquina de poder dirigida por Stalin em pleno funcionamento.
A única exceção nesta situação utópica é a América. Uma zona de guerra que recusa a ajuda econômica soviética, com 350 milhões de pessoas à beira da morte por desnutrição. Mas o país que teima em permanecer em situação caótica é governada por Lex Luthor. E o velho inimigo de Superman não desistiu de vencer sua guerra contra o Homem de Aço.
Como presidente dos Estados Unidos, Luthor cortou relações diplomáticas do país com o resto do mundo. Criou um rígido mercado interno, onde exercia controle absoluto sobre todas as cédulas de dólar. Qualquer semelhança com os paises do bloco soviético na vida real não é mera coincidência. A diferença é que tudo isso fazia parte de um plano.
Enquanto o Superman calculava que o colapso da economia norte-americana viria a qualquer momento, Luthor preparava seu plano. As providências que tomou na esfera econômica estavam tornando o país rapidamente próspero. Além disso, havia desenvolvido armas poderosas para enfrentar os poderes de Superman.
Quinto parêntese: um vilão como Luthor governando os Estados Unidos é muito adequado. Afinal, o que é Bush? Sua primeira eleição foi uma fraude clara. Na segunda eleição, funcionaram os mecanismos de restrição do voto. A maioria dos negros, hispânicos e pobres teve grandes dificuldades em votar. Dos que votaram, a grande maioria era rica, branca e conservadora. Além disso, não há pluripartidarismo, nem votação direta para presidente. Na verdade, há um único partido com duas alas. A republicana e a democrática. A legislação sufoca o crescimento de outros partidos. E ainda tem o Colégio Eleitoral, que elege o presidente. Quando os eleitores americanos vão votar é para eleger delegados para esse Colégio Eleitoral. Mas, só o partido único da burguesia elege delegados e define qual o melhor representante de seus interesses. Uma democracia de cartas marcadas. A mais acabada ditadura do Capital.
O momento em que a economia ianque deveria desabar não veio. Superman é, então, avisado por Brainiac sobre os planos de Lex. Diz que os Estados Unidos são a única ameaça ao que construíram juntos. Quer que o Homem de Aço ordene a destruição do país. Superman novamente se recusa a resolver o problema pela força bruta.
Lex Luthor aparece de surpresa. Invadiu a fortaleza do Homem de Aço. Diz que seu plano de ataque e destruição do poder soviético está em andamento. Brainiac não tem dúvidas. Captura Lex e o prende no interior de seu próprio corpo robótico.
Começam os ataques preparados por Luthor. Finalmente, Superman se convence a atacar os Estados Unidos. As forças norte-americanas começam a ser derrotadas. Uma legião de super monstros criados por Lex é destruída sem dificuldades por Superman. Começa o contra-ataque soviético.
As forças soviéticas avançam pelo território ianque. Superman se aproxima da Casa Branca e encontra Lois Lane na sacada. Lois diz que os Estados Unidos são o seu lar e não vai abandoná-lo. O Homem de Aço explica que os Estados Unidos já não existem mais. As forças soviéticas destruíram seus exércitos e Luthor está preso. Lois responde que ainda há uma bala no arsenal dos americanos. Trata-se de uma carta deixada por Luthor para que ele leia. Está no bolso do casaco dela. Lois Pede a Superman para ler o documento com sua visão de raios-X. O Homem de Aço obedece. Seus olhos lacrimejam. Ele cai de joelhos chorando e se lamentando: "Oh, meu Deus! O que foi que eu fiz. Tudo o que eu queria era pôr um fim nas guerras e na fome..." Lois fica surpresa. Abre a carta e lê: "Por que você não põe o mundo todo numa garrafa, Superman?".
A carta de Lex colocou Superman num conflito moral. Diz a Brainiac que ele não passa de uma espécie alienígena violentando uma espécie menos desenvolvida. Isso não seria moralmente justificável. Por isso, resolve deixar tudo. Sair do planeta e da vida de seus habitantes. Brainiac diz que negar aos seres humanos a utopia perfeita é que não seria moralmente justificável. A máquina resolve se revoltar contra Superman. Vai continuar e completar o trabalho. Ataca o Superman com raios verdes. Provavelmente, kriptonita, único material capaz de destruir o Homem de Aço, na Terra.
Sexto parêntese: a discussão aqui é muito feliz. Trata-se da idéia de que o socialismo, a justiça social, a construção de um mundo melhor, podem ser impostos de cima para baixo. Impossível. A idéia de justiça social é o oposto da afirmação de hierarquias. Estas são incompatíveis com a compreensão de que os seres humanos são potencialmente iguais em suas capacidades e radicalmente diferentes em suas possibilidades. Não se trata de acabar com as hierarquias de um dia para o outro. Trata-se de lutar contra seu fortalecimento em nome da liberdade. Esta é a mais perigosa forma de mantê-las e reforçá-las. Luthor não representa a liberdade. Ao contrário, tem convicção de que a injustiça é o estado natural da humanidade. Por isso, pega o Homem de Aço no contrapé. Da mesma forma que o sistema soviético foi pego no contrapé. As populações do bloco soviético suportaram a repressão e a opressão por muito tempo, em nome de conquistas materiais básicas. Quando ficou claro que tanta repressão não garantia nem mesmo isso, o capitalismo jogou suas iscas: seria melhor ter liberdade com alguma chance de fugir da pobreza, do que a certeza da pobreza sem liberdade alguma. Infelizmente, os povos do bloco soviético descobriram que só passaram a ser dominados e explorados por outra forma de capitalismo.
Quando parecia ser o fim do super-herói, uma surpresa. A captura de Lex Luthor pela máquina era parte dos planos do vilão. Dentro das tripas artificiais de Brainiac, Luthor toma o controle da máquina. Detém o ataque ao Homem de Aço. Mas, a máquina tem um dispositivo de segurança. Uma bomba poderosa é colocada em ação. Pode destruir todo o sistema solar. Somente o Superman pode levar a explosivo para longe da Terra. E ele o faz. Mas no caminho, deduz que esta é mais uma jogada de Luthor. A bomba foi acionada por ele mesmo para dar a chance de que o Superman precisava para abandonar o planeta em grande estilo. A explosão faz parecer que o Homem de Aço morrera para salvar a Terra. Superman agradece e sai de cena.
Último parêntese: um leitor mais delirante veria na estratégia de Luthor algo parecido com a idéia de que é possível modificar o sistema por dentro. Deixar-se engolir por Brainiac seria como eleger muitos parlamentares e governantes de esquerda. Eles iriam apresentar leis ou fazer políticas para ir mudando o sistema aos poucos. Até que chegássemos suavemente ao socialismo. Se o gibi tivesse terminado por aí, estaria demonstrado que o tal "sistema" é um mecanismo que não aceita sabotagens por dentro. Na verdade, mostraria que o verdadeiro sujeito da atual sociedade é um mecanismo. É o capital. É por isso que Marx batizou sua maior obra com o nome de "O Capital". Não chamou de "Os capitalistas" ou "A burguesia". Trata-se de um mecanismo posto em andamento que escraviza todos os seres humanos. Mesmo, os patrões, sempre às voltas com a necessidade de manter altas taxas de lucro para não naufragarem. Claro que a deles, é uma doce escravidão. O fato é que esta máquina não foi desativada após a revolução russa. Ao contrário, ganhou novo impulso quando a nascente experiência socialista se transformou em Estado socialista. Quando tudo o mais ficou subordinado à preservação de um governo que se intitulou comunista. Neste momento, o caminho passou a ser feito por dentro do "sistema". Por dentro do mercado capitalista mundial, aceitando as regras da competição capitalista, acelerando a industrialização segundo os moldes capitalistas. Uma corrida louca para frente que atropelou e matou milhões de russos e de outros habitantes do Leste Europeu. O final da corrida foi conhecido em 1991. A União Soviética desapareceu, mas o capitalismo continuou. Não é à toa que a grande maioria dos funcionários da antiga máquina burocrática russa são hoje os empresários e mafiosos que controlam a economia. O final que Millar dá a sua história parece confirmar isso. É conservador, se o interpretarmos como impossibilidade de mudanças. Pode ser melhor que isso, se o interpretarmos como a negação de que a liberdade humana possa vir de cima para baixo. Voltará a se repetir, trocando apenas de autoridades e exploradores.
Agora, é Lex Luthor que reina absoluto. O planeta progride através de milhares de séculos. A linhagem Luthor segue governando e fazendo seu povo feliz. O bisneto de Luthor é Jor-L. Um jovem talentoso, que descobre o triste destino da Terra. O Sol está morrendo. A estrela está ficando vermelha e se expandindo. Vai engolir a Terra e os outros planetas. Ninguém acredita em Jor-L. Sabendo que a catástrofe não vai demorar, quer salvar seu único filho, ainda bebê. Cria uma nave espacial para enviar a criança para longe. Não no espaço, mas no tempo. Envia o pequeno Kal-L para o passado. Quer que a criança volte para mudar os destinos do mundo. A nave, com o bebê, cai em uma fazenda da Ucrânia em 1938. A história recomeça.
Dezembro de 2004
Livros consultados:
"State Capitalism in Russia", de Toni Cliff.
"Russia, class and power - 1917 - 2000", de Mike Haynes.
"El partido bolchevique", de Pierre Broué.
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Fonte: <http://www.midiavigiada.kit.net/quadrinhos/superstalin.htm>.
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